terça-feira, 27 de setembro de 2011

NEUROTIKAS FEST 3 - CESAR BAR, ITAIM PAULISTA, 11/09/2011

Flyer do baguio (Pensou que era o que, porra?)



E quem achava que as meninas do Coletivo Neurotikas tinham parado, desanimado, ou deixado tudo de lado se enganaram! Afinal de contas, esta gig da presente resenha marcou o Terceiro aniversário de Lutas, Ativismo e Ação Direta deste coletivo, muito invejado e criticado, mas que enquanto todos falam, elas vão lá e continuam fazendo.

Sim, o coletivo deu uma diminuída nas atividades, até porque no presente momento trata-se de um Trio, sendo que no primeiro aniversário do coletivo haviam 9 pessoas no mesmo. Observando desta forma, podem até pensar: A tendencia é acabar, é piorar, certo? ERRADO! O tempo passou e cada vez mais as meninas mostram que o que importa de fato na cena é Qualidade, e não quantidade. Pra quem queria saber delas (ou pro desprazer de quem torcia contra), esta Gig serviu pra mostrar a grandeza de coisas feitas com o coração e com toda simplicidade - Mas carregadas de sinceridade.

Esta gig foi realizada numa semana muito conturbada pelas tensões pós-Cock Sparrer. Como citado no post anterior, A mídia banhou a sociedade de groselha, cuspida da boca dos Gordos falastrões da hora do rush, que clamavam aos pais e mães que não deixassem seus filhos virarem Punks ou skins ou sei lá, falando com propriedade sobre assuntos que nada entendem. Passava-se por minha cabeça a seguinte dúvida: Será que vai dar merda? Será que vai ter polícia enchendo o saco? Por outro lado, pra que se preocupar com essas coisas se o que realmente importava ainda não estava ok: A aparelhagem?

A semana toda atrás de vários contatos, imaginando inúmeras possibilidades de como fazer com a parte da voz do evento. Eis que no dia anterior, o Babão, do Lokaut, consegue esta preza para nós e a PA de voz estava garantida, proporcionando maior qualidade ao evento. Agora restava só fazer o "pião" de levar os amplis de guitarra e baixo nas costas e esperar o dia chegar.

No dia do evento, logo cedo já estávamos lá para acertar direitinho os últimos detalhes do evento. O flyer apontava o início para as 13 hs, mas já estávamos cientes que a aparelhagem de voz só chegaria por volta das 16 horas. Neste meio tempo então, enquanto eu organizava o palco com o que tinha e metia discotecagem nas caixas de som, as meninas do Coletivo se empenhavam na montagem dos esquemas de cobrança, sinalização, Exposição de fanzines e mural de fotos,portaria e decoração do espaço - Sim, decoração e com bexigas, era uma festa acima de tudo, porra! E enquanto isso o público e as bandas foram chegando e se acomodando no Cesar bar, em suas simpáticas mesas e cadeiras improvisadas e se divertindo nas duas mesas de bilhar da casa dos punks da zona leste, sem falar do povo que aliviava a larica com o Rango Vegan trazido pela Ex-Neurotika Sarah.

Eis que umas 14:30, quando o barulho inofensivo da discotecagem era o único ruído relevante da casa ainda, surge uma viatura que encosta milimetricamente em frente ao Cesar Bar. Lá vai eu pra qualquer pai nosso da vida me identificar como responsável pelo evento, já ciente que como aquilo nunca aconteceu e nunca acontecerá jamais naquele local e horário, fui conferir o motivo da visita "Ilustre". O pracinha então me relata que foi uma denúncia causada pelo barulho (!) e que o evento teria que parar (e oficialmente nem tinha começado ainda). E lá vai eu ser simpático mas ao mesmo tempo realista com o policial pra explicar que a gente faz evento ali naquele local há quase três anos e que ninguém nunca denunciou e portanto não seria algo realmente procedente. Conversa vai, conversa vem, a viatura se vai, sob a ameaça de uma nova denuncia parar o som e recolher os equipamentos e três coisas passaram-se por minha cabeça: Ou aquela viatura foi mandada pela delegacia mais próxima, em virtude da caça ás bruxas promovida pela mídia; Ou alguém que já foi escarrado dali resolveu fazer isso para boicotar o evento, sem sucesso; Ou denunciaram de verdade mesmo mas quando ouviu o barulho rolando se sentiu derrotado hahaha.

Por volta das 16 horas então chega a aparelhagem de voz, que, montada rapidamente no palco onde o restante do equipamento necessário ja se encontrava montado, possibilitou á primeira banda que iniciasse sua apresentação tão logo os últimos ajustes fossem realizados. E o nome da banda que abriu o evento era... Coriza! Uma excelente banda que está se reerguendo com o novo Guitarrista Renato (ex- Caos Cerebral), que por mais que ainda não apresente tanta técnica como os guitarristas anteriores, está se adaptando muito bem á banda, que em contrapartida simplificou um pouco seu som, perceptível nas músicas novas apresentadas e reformulações de outras mais antigas, mas sem perder a pegada e a energia que fazem da apresentação da banda o legítimo convite ao pogo! Ótima apresentação. E vem demo nova por aí! No Aguardo!

Segunda banda a se apresentar, foi a vez do Subviventes, que fez o já cheio salão do Cesar Bar ir abaixo. Afinal esta banda quando toca também não deixa ninguem parado. E os ali presentes permaneceram do inicio ao fim da apresentação da banda, cantando junto os clássicos da banda e proporcionando uma cena meio que rara no cesar: Salão cheio e com todo mundo curtindo na paz. Muita gente chegou pra ver o subviventes um pouco mais tarde, mas a banda ainda tinha outro show em diadema algumas horas depois. Parabens pelo som e pela postura dos Subviventes!

Em seguida, foi a vez do Vingança 83. Apresentação Curtíssima, em razão de estarem com um baterista substituto, pela óbvia razão do batera deles não poder comparecer. Mas a apresentação não deixou a desejar e a galera presente curtiu o hardcore violento do grupo.

A quarta banda foi o Lokaut. E como todo mundo já sabe o que vou falar, dispensa apresentações. Mas este show em especial surpreendeu até mesmo o pessoal da banda, vendo o grande número de pessoas que participaram do show, cantando os sons da banda, subindo no palco, pulando e tudo o mais. Mais um passo dado por esta banda que soltou músicas do Novo CD pra galera ouvir na web, e que promete ser o melhor lançamento do ano.

Quinta Banda, mais uma vez a galera do Amnésia Coletiva veio de Jacareí para mais um show no Cesar Bar, porém, sem o batera Michu que não pode vir em virtude de uns compromissos de força maior. Mas o Cesar, nosso até então ex-guitarrista declarado que faria o ultimo show com o pé sujus logo em seguida segurou a bateria pros nossos queridos amigos. Esta é a vantagem de se gravar um split! Por mais que as músicas saíssem um pouco fora do tempo, coisa natural em improvisações e falta de ensaio, tudo correu bem e como o Chu estava atrasado como sempre, a banda foi metendo cover do punk nacional na cabeça do povo pra encher linguiça, afinal o repertório já havia sido encerrado hahaha.

Enfim, começa a última banda. E por mais que seja minha banda e que você fiel leitor pense que este blog é mais uma ferramenta de promoção da mesma (do jeito que tá parece mesmo haha), digo que foi uma apresentação Histórica. Já seria de qualquer forma, afinal seria o último show do Cesar, o integrante mais antigo da banda depois de mim. Mas foi Surpreendente. Após tocar a primeira música, quando anunciei a segunda ele me toma o microfone e começa a discursas, falando do amor que tem pela banda e coisa e tal, aquela pieguice de quem deixa a banda. Eis que ele diz que permanecerá na banda, e eu ao mesmo tempo não sei se enchia ele de porrada ou se dava um abraço nele. Na dúvida, fomos tomados de alegria e descarregamos tudo neste show, que com o salão lotado, fez meu olhos verem uma cena inesquecivel de todo mundo pogando, cantando, pulando com uma alegria sem igual. Eis que antes da música "Morre Brasil", relembro uma pessoa que fez desta canção de minha autoria uma de suas músicas favoritas e a transformou em trilha sonora de diversas manifestações de rua, como também seu refrão ser entoado durante as passeatas: Johni Galanciak. Foi pedido um minuto de silêncio, devidamente respeitado e até fazendo algumas pessoas saírem do salão por quase não conseguirem conter as lágrimas. Cisão, Sempre ele grita do Fundo "ÊRA JOHNI", repetido em uníssono por todos os presentes, seguida de uma salva de palmas estrondosas que já incitaram o Batera Chu a iniciar esta canção. Um momento que jamais sairá de minha memória mesmo. Punk rock também é emoção! E assim seguiu a apresentação até o final com tudo correndo bem.

Saldo Final: Todas as despesas de aluguel de equipamento pagas, Assim como todas bandas tomaram um goró e ainda sobrou uma graninha pro coletivo xerocar seus fanzines ao longo do ano - Lembrando que quando se paga entrada em show punk você está SIM investindo na cena e o retorno é palpável, audível e concreto. Bastante doações de roupas arrecadadas e já devidamente encaminhadas a seus destinatários: Moradores de Rua. Nenhuma briga. Nenhum prego arrastou, afinal ficaram todos do lado de fora. Principios de bate boca se limitaram ao ambiente da calçada pra fora, onde os que tinham alguma esperança de que a portaria fosse liberada permaneciam ali esperançosos de que pudessem adentrar ao som que eu, pessoa que eles Odeiam, organizo. E pelo fato de me odiarem sempre fazem questão de fazer merda. Portanto, tô suave de ter dó de quem só quer me ver pelas costas, na moral, enfiem a dentadura no cú e sorri pro caraio, como diria nosso mestre Away!

A banda Phobia Punk Rockers não tocou, em razão do Vocalista ter batido o carro durante o caminho para o som ainda em São José dos Campos, sua cidade, mas nada demais ocorreu com o mesmo, apenas com o carro. Porém o Guitarrista Demente (também do Juventude Maldita) foi até o som para dar uma satisfação e principalmente tomar uma pinga conosco e curtir o evento. E enfim, se este evento teve a grandeza que teve, foi graças ao coletivo Neurotikas mais uma vez, que empenhadas na divulgação e nas correrias complementares do som, pode escrever mais esta página em sua história e inserir mais um grande acontecimento em seu Currículo. É nois nessa porra sempre, meninas. E quem fala mal delas automaticamente fala mal de mim, hein!

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