quinta-feira, 30 de junho de 2011

GRITOS DE REVOLTA, BAR DA LOIRA –JD. ELIZA MARIA, ZONA NORTE - 25/06/2011


Flyer da bagassa! E foto que é bom, nada...


Como já havia dito em alguma postagem anterior, o Jardim Eliza Maria é o templo Punk da zona norte. É o bairro que viu nascer e crescer a história da melhor banda do Brasil na minha opinião, a banda Esgoto. Banda que esteve á frente de eventos memoráveis como Caminhão do Tonhão (que virou até música da eterna banda Revoltados), onde bandas desengonçadas tocavam desengonçadamente na carroceria de um caminhão igualmente desengonçado, enquanto o povo fechava a rua pogando e assistindo as bandas e o bar do Zezé em frente faturava e garantia as cervejas pra galera. Havia também o Bar do Fubá, que por dois anos abrigou vários eventos que eram de lei entre 2005 e 2007, com presença maciça e garantida da galera que nos saudosos tempos de porta de galeria se juntavam na praça do correio e pegavam o busão pra subir este simpático morrão, o mais Punk do Brasil. Aliás, o bar do fubá era famoso também pelo caldinho de feijão que era o elixir da larica dos punks... por 1 real se provava desta iguaria em uma dose generosa de 200 ML e bem quentinho, podendo ser engrossado por farinha de mandioca e pimenta! Bons tempos e deu até água na boca só de lembrar.

Com tudo isso de importância, seria realmente uma mancada este bairro ficar de fora do mapa punk de São Paulo, certo? Pois bem, Após o fim do Bar do Fubá, ainda em 2007 o Chega Mais bar, numa rua paralela á Rua Manoel Aquilino dos Santos, a rua onde tudo acontece, recebeu uma gig com bandas do Rio de Janeiro. alguns meses depois,já em 2008, o bar da Loira (Que atende pelo nome de Daivan) teve sua estreia com inclusive um show da pé sujus. Ficou um tempinho sem rolar som, umm rockinho aqui, outro ali... Mas do fim do ano passado pra cá, foi decidido: O bar da Loira é a bola da vez no Eliza maria no que diz respeito ao Punk Rock. E, no ultimo sábado, foi minha vez de voltar no aconchegante buteco com o pé sujus após três anos. De fato, em dezembro passado já estava ali com a peça “Um minuto para o Caos”, mas nesta Gig que vou resenhar depois desta encheção de linguiça sem fim, teve um significado especialíssimo para estarmos ali tocando. Não só a singularidade do local, que conta com a participação não só dos que curtem um rock, mas dos vizinhos, das crianças, dos “Vileiros”, todos na mais perfeita harmonia e espírito de confraternização. Além de claro, ser a consolidação da amizade que tenho com a Banda Esgoto, uma relação de mais de 7 anos de parceria, um indo tocar na quebrada do outro e se encontrando pelas gigs, Uma amizade que posso sim chamar de Verdadeira e sem nenhum contratempo. Por mais que alguns pregos que querem minha cabeça declarem que o Eliza maria é “Pico deles”, É sempre um prazer estar ali. E ai deles se tentarem fazer algo ali. Como diria o ratos de porão, em épocas que eles ainda pisavam no que foi tema da música que vou citar, “Tudo acontece na periferia”.

Lá vai eu então encerrar o expediente de sábado da minha modesta loja aqui no meu idolatrado salve salve-se quem puder Itaim Paulista e aguardar o melhor horário para pegar o trem sentado na pracinha dos rockeiros e dos fashion-gays (Beijo meninos/meninas pois é sinal de modernidade – mas minha mãe não pode ficar sabendo), bebendo uma indispensável “Bolinha” (corotinho) de maçã quando uns amigos que há muito tempo não via chegaram por lá com mais pinga e sedentos por um rolê. Detalhe: eles eram da época do Bar do Fubá, do Caminhão do Tonhão... foi a deixa perfeita para que chamasse-os para o rolê. E proposta aceita, por volta das 20:30 fomos para a estação de trem aguardar pelo velho de guerra e fiel escudeiro de rockeiragem sabugo! Descemos na estação de Trem do Bairro do Ermelino Matarazzo para esperar o baixista Punkelo e outros punks que nos acompanhariam á este épico trajeto de mais de três horas. O desgraçado atrasa em 40 minutos, mas enfim chega e rumamos ao Brás, onde o Guitarrista Cesar também fez o favor de atrasar. Mas o que importa era que o trajeto estava andando, devagar mas indo, regado á muita catuaba selvagem e 51 com coca cola, evocando o espírito moralista do Brasileiro, da senhora que pergunta onde vai parar nossa juventude, mas teve um filho sem pai conhecido aos 16 anos e fuma 3 maços de cigarro por dia e ainda despreza os mendigos os chamando de cracudos, e do Senhor distinto e de respeito que jura que tomar um goró na juventude é coisa de quem não tem o que fazer e acha que deveríamos pegar na enxada, enquanto ele olha babando pra bunda da Morena que está de pé próximo ao seu rosto.

Após chegar em Santana e pegar o ônibus em direção ao som, mais uma viagem longa nos esperava. Mas milagrosamente o trajeto foi curto, o ônibus foi rápido e o trânsito não estava carregado. Nesse Ínterim, o Baterista Chu me ligava de 5 em 5 minutos repetindo o mantra do Burro do Shrek: “Tá chegando?”, “Ta chegando?”

Descemos no ponto do Eliza Maria e ainda caminhamos uns 10 minutos até chegar no bar pelas ruas sobe e desce, estreitas e com visão panorâmica (uma linda visão de São Paulo á noite é proporcionada dali), eis que quando chegamos no buteco, o chu já se encontrava sentado na bateria. Sim, era nossa vez! Os cumprimentos aos presentes conhecidos seria dado diretamente no microfone. E recebo a terrível notícia: Odio Social já tinha tocado. Perdi. Meeeeeerda!

Ajusta aqui, pede o baixo emprestado dali, e prontamente começamos nosso repertório do Pé Sujus: A mesma coisa de sempre, as mesmas músicas, só que com um toque a mais de peso e agressividade. Afinal, ironizando umas pessoas presentes que pra eu ficar sabendo o que falam de mim tenho que ouvir dos outros, “Somos safados. Somos safados pois gostamos de sexo”. E modéstia a parte levamos o buteco abaixo! Uma galera empolgada e interessada não só no Pé sujus mas em todas as bandas agitava e cantava sem parar. Uma ótima apresentação regada á cerveja geladinha – gentileza dos irmãozinhos da banda esgoto.

Em seguida, a banda Jhaspion assume a vez de fazer barulho e isso fizeram mais uma vez muito bem. No início a galera não estava muito empolgada para interagir com a banda, talvez por não conhecer a banda. Mas o repertório foi avançando e no final uma grande roda de pogo era ditada pela banda que descarregava ali seu crossover do diabo pra cima daquelas cabecinhas endiabradas de moicano erguido com sabão, jaqueta com rebite enferrujado e patchs feitos a mão.

Terceira banda a tocar, mais uma vez de novo novamente again, Invasores de Cérebros! (O blog terá que presentear esse véinho punk,ops, Ariel, pelo número de participações em posts nesta budega. E como não poderia deixar de ser, fizeram uma ótima apresentação, oportunidade de ver de graça um dos grandes clássicos do Punk Nacional, e que diferente de muita banda “antiga” e “de nome”, não negam a raiz e tocam mesmo na periferia sem dó e sem encheção de saco de aparelhagem valvulada e toalhas brancas no camarim. Esta sim, uma verdadeira banda punk que é sempre presente neste blog por sempre estar fazendo parte dos melhores momentos do Punk rock nesta cidade.

Quarta e última banda, a esgoto mandou ver um extenso repertório de mais de uma hora, aproveitando que ainda tinha muitíssimo chão até os ônibus começarem a rodar. E cada hino que era tocado (esgoto não tem musicas, tem hinos!) eu me empolgava mais. Era meio que um backing vocal em off da banda, toda hora indo pentelhar no microfone do baixista neno. É uma banda que me orgulho pela simplicidade, crueza e letras ótimas, além da atitude ser de cada vez mais humildade em cada ano que passa, e olha que já são 23 anos de luta! Fez o povo pogar, cantar, participar e beber (“circulação alcoólica, um dos seus clássicos, instiga nosso cérebro a procurar por uma cachacinha para ilustrar nossas balbuciações de acompanhamento da letra). Simplesmente sensacional!

Saldo Final: A banda insight (cover do Dead Kennedys) não compareceu. Uma pena. Não teve briga, só um principio de discussão motivado por um punk ter lavado as mãos no banheiro com a porta aberta(!) e ter desagradado os locais. O problema é que o punk ao invés de só pedir desculpas pelo “ocorrido” resolveu estufar o peito e esquecer onde estava pisando, com o argumento de não “baixar a cabeça pra ninguém”. Sorte que tão besta começou a discussão, tão rápido acabou a mesma. E o evento teve apoio do projeto “Estudio Garagem”, projeto vencedor do VAI na região. Descolaram uma verba para investir em cultura na região, podendo os locais contarem com vários shows com a aparelhagem comprada com o incentivo em vários locais da região em breve, além de uma coletânea das bandas locais apresentando seu trabalho para o mundo. Finalmente o Punk conseguiu arrancar um pouco de dinheiro desses malditos donos do poder. Aliás, pensando bem, esse dinheiro é NOSSO! Vem dos nossos impostos, e esta iniciativa não é mais que obrigação da prefeitura, que deveria sim expandir cada vez mais e mais. É uma forma do povo se organizar e ele mesmo fazer cultura com a cara dele, do jeito que ele gosta. Parabéns á Tatiana, que encabeça o projeto e fará muita coisa legal. Além disso, não satisfeita, Ela ainda toca na Banda Útero Punk e tem um programa na rádio Cantareira FM, o “Mina Rock”, aos sábados das 16 ás 18 hs (quem é da região pode dar uma prestigiada no programa, ao vivo). São pessoas assim que ajudam a fortalecer cada vez mais a cena.

Só nos restou então puxar o carro e subir a ladeira em direção ao ponto de ônibus mais temido pelas empresas de ônibus, aos domingos de manhã: Aquele ponto cheio de punks, no qual 3 pagam e 27 passam por baixo. Tradição desde 2005, nas voltas do Bar do Fubá. Coisas de punk...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Rock de Pobre, Galpão Estudio, Ferraz de Vasconcelos - 19/06/2011


Flyer do evento! se eu achar que devo, coloco as fotos depois...


E lá vou eu naquele tipo de resenha de “Olha o que eu fiz pela cena, pessoal”. Mais um evento organizado por mim totalmente sozinho (aqui no Itaim temos vários candidatos a punk no alto dos seus 15 anos que me serão muito úteis neste sentido – Começarão no punk do jeito certo), onde eu respondo pelos horários das bandas, pelos defeitos de guitarras alheias, pelos cabos para emprestar que eu não tenho, pelo microfone que não funciona que não é meu, pelas brigas que ocorrem que eu não tenho nada haver – mas se dá merda a culpa é minha – e ultimamente cuidando da porta e botando ordem na bagassa. Sim, o Feio bonzinho que todo mundo conhece e gosta nesta gig deu lugar á um cara chato, sisudo e rígido. Muita gente torceu o nariz. Mas deu resultado. O evento foi maravilhoso!

Por volta das 13 hs saio de casa aqui no Itaim e como parte do programa de tentativa de emagrecimento patrocinado pelas empresas de ônibus, que metem a tarifa nas alturas deixando o acesso ao transporte cada vez mais distante de nossa realidade, saio rumo ao centro de Ferraz de Vasconcelos a pé, Haja vista que moro na divisa de São Paulo (moro exatamente no mais remoto e encravado pelo do cú desta cidade imensa) com Ferraz, então foram 45 minutos de sobe e desce nos morros em forma de avenida até chegar ao destino final: O Galpão Studio ou Studio Galpão (não sei a ordem, então chamarei de Galpão apenas). Com um pouco de suor no rosto, começo a já ajeitar os últimos detalhes para o bom andamento do evento, que não me deu muito trabalho na parte braçal de carregar equipamentos, pois ali pago aluguel e em troca tenho o segundo espaço mais bacana da ZL (só perde pro Cesar Bar) amparado por uma aparelhagem completa. O esforço foi psicológico e por várias razões – Daí a minha cara de mau com muita maldade de fato dentro de mim naquela tarde ensolarada de domingo.

O tempo passava e nada das bandas chegarem... Todas bandas foram avisadas de seus horários por mensagens, e-mails e scraps e estavam cientes da colaboração de cada uma para o bom andamento do evento. Massss... tem aquela coisa de não querer chegar cedo pois ninguém quer ser primeira banda. Com exceção do povo que veio de longe (Talvez culpa do trem? ou dos atrasildos da turma? hahaha), demais bandas da região também fizeram o favor de atrasar (será culpa do trem também?), fazendo o evento começar pouco depois das 17 horas. Não muito atrás, o público também esperou o sol baixar ou os jogos do Brasileirão acabarem para comparecer ao evento. E eu doido da vida, até que os garotos da Primeira banda, Cocô di pombo, surgiam no horizonte e prontamente foram alocados ao palco para a passagem de som, pouco antes das 17 horas. Passaram o som e foram avisados do horário de inicio de seu repertório, ás 17:15, começando a tocar com 10 minutos de atraso e com mais 5 bandas na frente, com gente vindo de longe querendo tocar e sair fora.

Além disso, o público, acostumado a pagar entrada (ou não) e não assistir aos shows, teve uma surpresa na nova regra da casa: Entrou, Não sai mais. Se quisesse Fumar, tinha um cercadinho ali na frente. Se quisesse beber, que bebesse dentro do som. Mas tem aquela cultura do bar do lado (que, lembrando, NUNCA vai abrir espaço pra uma gig) ser mais prestigiado que o pico que a gig está rolando, ou do mercado próximo que disponibiliza em garrafas o que é “caro” para os avacalhadores de plantão. Goró de mercado, até eu tomo. Mas querer entrar com goró de fora no som já é abuso demais! Quando nego avançava com garrafas pra dentro do Galpão, eu e o Waldemar, el patrón del galpón, prontamente retirávamos o litro de suas mãos. Quer beber: beba do lado de fora e depois entre. Mas tinha gente que foi além: comprou até mais do que conseguiria beber e quando viu que era hora de entrar no show não tinha como por causa dos gorós. O jeito foi deixar sob nossa custódia até a hora que se fosse embora. Sim, estávamos muito chatos! E o pessoal reclamou muito, fechou muito a cara, me chamou de “desumilde”. Mas, porra, façamos uma comparação para ver que o próprio Suburbano não dá valor ao subúbrbio:

Hangar 110: Cerveja a 5 reais a lata; No mínimo 15 reais pra entrar; entrou, não sai mais, só pra fumar no cercadinho reservado aos fumantes. Alguém reclama? não! Alguém questiona? Não! Alguém critica? não! Por que? Porque é o hangar!

Galpão, Cesar Bar ou qualquer bar do subúrbio: Cerveja 2,50 (skol 250 ml long neck - Galpão) – No cesar bar o Litrão da Brahma tá 6 reais e o da nova schin tá 4,50); Entrou, não sai mais a partir de agora. Alguém reclama? Sim! Algiém questiona? sim! Alguém Critica? Sim! Por que? porque é na quebrada... tem que ser barato, tem que ser bagunçado, não pode ter regra. É punk né? Tem que ser malfeito, tem que ser uma merda, todo mundo tem que avacalhar geral e arrumar briga e não prestigiar o local que rola o som – meu deus, estou ferindo a liberdade! E agora, o que vou fazer com as críticas dos que não tem nada na cabeça, apenas álcool?. Se fosse que nem o hangar todo mundo ficava de boa. Todo mundo bate no peito que é punk do subúrbio, mas no final ninguém dá o mínimo valor para os picos do suburbio. E saem reclamando depois que não tem nada nos botecos das redondezas. E como se quem cobra bilheteria não tivesse custos de produzir um evento, dar uma cerveja pras bandas, pagar aluguel do local. Vai lá no mercado que o goró é mais barato e pede pra organizar um som...

Agora que desabafei, vamos para as bandas, que apesar dos atrasos, fizeram este evento ser brilhante com ajuda do publico que apesar de boa parte insistir que o bar que o evento rola tem que engolir goró que naõ é dali, colaborou para que rolasse tudo na paz. A banda de abertura, como citada, foi a Cocô di Pombo, de Poá/Itaquá. E estes meninos estão cada vez melhores em suas apresentações ao vivo, com mais músicas próprias, tocando menos covers e letras mais elaboradas e inteligentes. Só eles continuarem assim e começarem a fazer investimento e correria bruta que eles podem se consolidar de vez na cena como mais uma grande banda representativa da zona leste! Apesar de que, não tinha muita gente assistindo ao show dos meninos, como ocorre com qualquer banda que toca primeiro nesta região metropolitana em que ninguém valoriza nada e não dá apoio pras bandas que não tem “nome”.

Segunda banda a tocar, a ódio social fez um ótimo show (coisa de banda ótima), apesar de alguns problemas com a aparelhagem que os fizeram parar algumas vezes, mas quando tava tudo OK ninguém segurou a energia desta banda que empolgou os ainda poucos amantes de barulho presentes no Galpão.

Em seguida, veio a banda caçula da noite, casual murder, com poucos meses de atividade. Formada Por Thiaguinho (voz) e Guilherme(baixo),ex-integrantes do Drullis; D-spair , mais o Raul da Kob 82(guitarra - e também agora do street rockers ) e Alexandre na Bateria, eles fazem um som bagaceira como era de se imaginar, haja vista as influencias Bagaceirísticas dos integrantes. Pra uma banda novíssima estão indo muito bem, com musicas bem executadas e bastante som próprio. Como estava na porta pouco pude ver do show, mas ouvi tudo, enquanto o povo adentrava em maior numero ao recinto (terminando de enxugar seus gorós de fora)

Quarta banda da noite, O Lokaut, Dispensa apresentações... Sabe-se que o salão ficou “cheio” (a hora em que mais pessoas ficaram dentro do local) e todo mundo pogando e cantando junto as músicas da banda que prepara um CD. Um contratempo fez o show parar um pouco (uma caixa de guitarra que pifou), mas depois voltou e prosseguiu o estrago que eles iniciaram com a plateia enlouquecida que não parava de pogar. E, como já virou costume da parte deles, encerraram com “Leva pra 40” chamando eu mais uma vez pra fazer a participação nessa musica que fez a punkaiada competir quem pulava mais alto.

Penultima banda a se apresentar, a Jhaspion fez um show atípico. Afinal o baterista Wagner não compareceu e tiveram que se virar colocando o Baixista André na Bateria. Mas como o cara toca muito bem, não fizeram feio! Tocaram um repertório quase completo, que, mesmo sem baixo, empolgou a galera presente. Uma prova que conhecendo bem as musicas e sabendo improvisar, as dificuldades são contornadas com maestria e se transformam em motivações para que se melhore cada vez mais a performance da banda.

E, encerrando a noite... Pé Sujus! Quase 9 da noite, mas o povo não arredava o pé dali. Só os que não aguentaram a saudade dos seus gorós confiscados e decidiram deixar as bandas de lado para ir pro olho da rua abraçarem suas garrafas lindas e gostosas. Fizemos um show bem empolgado, para uma plateia que realmente estava ali para curtir e prestigiar o evento, que pogou do começo ao fim. Tocamos pela primeira vez “Área de risco”, que apesar de presente em nosso CD mais recente, nunca tinha sido executada ao vivo, assim como encerramos o som com um cover improvisado e desastroso de adicts. Mas quem liga?O evento estava encerrado e tava todo mundo bêbado mesmo...

Saldo Final: nenhuma briga, todo mundo curtindo na paz, Punks e Skins antifascistas convivendo pacificamente, mostrando que sectarismo é coisa de quem não respeita nem ao próprio grupinho fechado. Não tomei prejuízo, consegui trincar com o aluguel tranquilamente e dar uma multa ainda no Galpão em algumas cervejas gentilmente conseguidas através de coação do bem hahaha. O único porém é que eu tomei um fora de uma garota. Mas fazer o que, a culpa é minha... Quem mandou eu ser feio e quase gordo?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A VELHA ESCOLA DO PUNK ROCK – CIDADÃO DO MUNDO, SÃO CAETANO , 11/06/2011

Luiz Ratinho! Arrebentou na discotecagem!
Ariel mandando bala na Classiqueira!
isso ainda não é pro meu bico mas um dia eu chego lá!
Povo pogando e eu com cara de Cu
Só a juventude mais provida de idade relembrando os velhos tempos! (o Rafael tem 26, é véio também)
Flyer da bagassa!



A noite do dia 11 de Junho de 2011, geladíssima e em semana de pagamento, foi dos Punks de “cabeça branca” ou cabeça “pelada” pela calvície, mas que um dia foram cabelos curtos ou moicanos. Barrigas maiores que já foram magras,que faziam parte do corpo franzino que era o corpo de muitos jovens punks. Rugas e sinais do tempo nas “Senhoras Punks”, que já foram meninas cheias de maquiagem no rosto e cabelo “Joãozinho” que era comum no início dos anos 1980. Pick Ups Technics e iluminação modernosa com efeitos multicoloridos, 2 strobos portentes, um mixer enorme da behringher, no lugar de sons de fita e salões escuros ou de iluminação rudimentar. 30 anos depois as coisas mudaram... mas o Punk Não! As mesmas pessoas, os mesmos discos, o mesmo êxtase em cada música que se iniciava... era isso que se via neste evento que Pela qualidade que teve marcou época. Eu, no alto dos meus 23 anos pude presenciar com um pouco mais de tecnologia no processo o que era um legítimo “Som de fita”, tão popular no início do movimento Punk e lamentar porque esta prática se perdeu com o tempo (Organizo uns sons de Notebook por aí, a evolução da fita... mas a geração atual é muito apática pra essas coisas e dá um certo desanimo). Pude interagir com os Punk Véio, tanto em conversas e cervejas, como fazendo parte da organização e do comando da iluminação. Uma noite memorável, sem sombra de dúvida. Mas que pra nós, da Brancaleone começou quando o sol ainda estava decidindo se dava uma esquentadinha em nossas cabeças na tarde daquele sábado...

Cheguei ao local, acompanhado pelo parceiro de maloqueiragem Rafael (que fazia parte da outra banda que eu fazia vocal, “Os mundrungos” ) por volta das 18:30, afinal estava aqui na lojinha trabalhando. Mas a Mara, provando porque quem constrói as coisas úteis no Rolê não deve parar nunca, estava por lá desde o início da tarde já correndo atrás das paradas. Correria que se estendeu até mesmo depois da hora em que chegamos: Sobrou até pro Rafael, que, Apresentado á mara foi apresentado á vassoura e ao local onde a mesma deveria ser utilizada. E eu, apresentado á mesa de luz e de som, tão complexos que até esse asno aqui que escreve aprender a mexer naqueles trecos foi treta. Mas eu teria que aprender senão não iria ser tão legal como foi. Bendito do técnico da casa que me deu umas dicas. Mas tive que me virar sozinho varias vezes até acertar o ponto certo das coisas (a mesa de luz era moleza, mas o que era aquela mesa de som, meu Deus?).

Por volta das 20 hs chegam as parafernálias dos Djs: Pick Ups, Mixer, Pré-amps, CDJs, sequenciais, Strobo, e os suportes para aquelas coisas todas se apoiarem e pendurarem para funcionar. Chega também o super DJ Luiz Ratinho, que ao lado do (olha ele de novo) Ariel comandaram esta noite compartilhando com nossos ouvidos o som de seus vinis raríssimos e de valor inestimável. Montada toda a aparelhagem, os últimos corres foram feitos, como buscar os perdidos na estação e sair pra trocar dinheiro nos guichês da rodoviária ali próxima e botecos quase fechando para garantir troco para o bar. E por falar em Bar, o mesmo foi comandado pela Bar Bar’Oz, empresa especializada em bar e bartenders, garantindo ao evento uma grande gama de opções de drinks ou Cachaças Violentas, a gosto e bolso do freguês, ainda sim que o preço das bebidas estavam ótimos e justíssimos, tendo como resultado rápido a visão do primeiro bodiado que se abrigou dormindo de bêbado no canto do salão por volta das 22:30, quando tudo ainda estava começando...

Os velhos amigos ao se reencontrarem dão fortes abraços cheios de saudades, do tempo que não tinham as mesmas responsabilidades e compromissos e tinham a idade de curtir a juventude e se viam praticamente todo fim de semana. O DJ Ratinho, do lado de fora do salão após observar a rua do evento, vendo que eu estava perto, direciona a palavra a mim e relata que Nunca pensou que estaria tocando em São Caetano. Afinal, no começo de tudo (ele já era DJ), tinha aquela velha briga do pessoal de São Paulo com o pessoal do ABC. Mas naquela noite o que se via era a mais completa paz, clima amigável e os Punks do ABC estavam presentes... mas só que a galera da nova geração em sua maioria.

Pudemos considerar que a festa começou por volta das 21:30, neste horário descrito já tinha som rolando e gente pogando. Mas como todo evento que vira a noite que se preze, depois das 23 horas que a galera começou a chegar em peso e o chicote estralou. E eu lá, sóbrio, serrando cerveja de quem passava por mim, na mesinha de som dando as cores do palco. Neste meio tempo o Rafael levanta do seu sono no quartinho restrito(afinal, protagonizamos na noite anterior um porre homérico com bilhar e videokê no cesar bar – eu fui pra casa, ele não, e foi viradão) e teve curiosidade de aprender a mexer na mesinha de luz. Ensinei-o, isto possibilitou o revezamento de pogo dos dois “operadores” de iluminação no lugar certo: a pista, que fervia ao som caloroso dos vinis raros dos dois DJS. Coisas que a gente pôde ouvir como The members, Penetration, Chron Gen, Interterror, New York dolls, MC5, stooges, entre muitas coisas que eu não sabia o nome e acho que nem vou saber. Afinal é tanta coisa, tanta banda, tanto artista, tanta raridade... isto mostra a amplitude e a Grandeza do Punk, que enquanto a imprensa decretava sua morte, estava apenas num embrião que hoje é algo cada vez mais forte apesar dos pesares (ao menos culturalmente). Ver senhores e senhoras pra lá dos seus 50 anos pulando freneticamente com latinhas de cerveja na mão cantando junto os refrões dos clássicos do punk rock me fez vir á mente aquelas cenas de documentários sobre o inicio do punk no brasil, em que alguns deles eram bem novinhos.

Eis que ratinho ergue com orgulho o seu maior troféu e objeto de desejo de todo punk há mais de 30 anos: Seu disco do Sppedtwins! Retira a bolacha com total cuidado da quase intacta capa e coloca sobre uma das duas Pick ups... “My generation” começa a rolar e a casa vai abaixo! Tão raro e valioso (Muito, muito, muito, muito difícil de encontrar e o dobro desse tanto de muito em se tratando de caro) e tão poderoso, este vinil rolando foi o ponto alto da festa. A pista não poderia estar lotada como antes (quando tocava músicas do Punk 77 que até minha vó conhecia), mas quem estava ali pogava enlouquecidamente! Um lado completo do disco fez a alegria da galera. Como meu blog não é de blá blá blá musical, vai na porra do google e procura saber sobre a importância desse disco do Speedtwins e você entenderá o que eu estou falando.

A noite foi avançando e o pessoal cansando... Uns iam embora, outros encostavam, mas a festa rolou até ás 5 da manhã – com o som – com direito á extensão de trocas de ideias até ás 6 e meia da manhã. E quem arredou o pé foi mesmo a galera nova (eu mesmo 5 e meia da manhã já saí correndo). Isto prova que Punk um dia, Punk até morrer! E que os sons de “fita” tem mais é que voltar! Não é a mesma coisa do que som de bandas, mas também faz parte de nossa cultura! Afinal são festas para descontrair mesmo, confraternizarmos, dançarmos e conhecermos mais bandas. Eu como DJ (quer dizer, no meu caso, cara que tem uns cds e um computador e faz uma macumbinha no virtual DJ pra parecer que o negócio é uma pick up) posso dizer isso que não há nada mais gratificante para um DJ do que estar conduzindo um momento de alegria e êxtase de várias pessoas, além do prazer em responder a dúvida do ouvinte sobre qual artista que está rolando. Esta pessoa que pergunta pesquisa mais sobre tal artista e procura outros do mesmo estilo e quem sabe um dia não vira DJ também?Certamente Ratinho e Ariel se sentiram assim.

Saldo final: Evento perfeito, só entre amigos e som de qualidade. Briga teve uma, mas do lado de fora e de... Namorados. Aí já saiu do campo Punk, afinal, em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.

Verdurada – 05/06/2011 – Ego Club, centro de São Paulo

Flyer do evento! Os caras capricham até nisso!


E lá vou eu aproveitando que me sobra tempo em abundancia para atualizar essa budega cada vez mais e com mais frequência! É bom que os que reclamavam que não tinha postagem nova havia meses agora deparam-se com três postagens enormes numa mesma semana. Não sei se conseguirei manter este ritmo, mas adote a Inconstância como critério temporal de postagens neste blog. Só que a partir de agora o que importa de verdade é dizer que a Verdurada, evento Importantíssimo na cena Punk/hardcore/Vegan/Straight Edge/Libertário/político/Risca Faca Ganha uma resenha nesse blog.

Ok, quem me conhece muito bem sabe que fui açougueiro por 10 anos e voltarei a sê-lo se necessário, e sou um grande entusiasta Da Fundação Meavels (a maior no mundo todo explicitamente pró-carne). Adoro um bom churrasco, uma boa carne e qualquer coisa que não diga aiai quando eu mordo e estou no meu direito de defender o consumo da carne, pois é o mesmo direito que tem os que pregam o boicote ao consumo da carne. Lógico que dentro do contexto straight edge, que inicialmente era apenas algo relativo a ser Livre de Drogas – o X era desenhado na mão de menores de idade em shows hardcore na década de 1980, para identificar as pessoas que não poderiam consumir bebidas alcoólicas, e o X da questão (e da mão) foi adotado espontaneamente por pessoas que não faziam questão nenhuma de ingerir álcool ou drogas e sim, iniciar uma nova era de conscientização contra estes males, o alicerce do movimento straigh edge – A defesa aos direitos dos animais, (principalmente á vida dos mesmos, que engloba o combate á matança e maus tratos sem falar da exploração que muitos deles sofrem) se tornou característica bem evidente desta vertente bastante atuante no cenário Hardcore mundial. Eu comer carne e o evento pregar o contrário do que eu penso em relação á isso não me impediu de comparecer á verdurada, afinal o que importava mesmo era ver as bandas (menos o cólera), rever os amigos, comer as iguarias veganas (que substituem bem a alimentação com carne, pra quem é adepto) e tomar mupy, coisa que não fazia desde quando eu era pequeno e comprava da tiazinha do carrinho do Yakult que também vendia esse negosso bão pa caraio).

Pouco depois das 17 hs chego ao recinto, o ego club, bordel desativado que abriga inesquecíveis esbórnias hard rock regadas a putaria no dark room e open bar quase a noite toda, ao som de bandas covers de Hard Rock farofa, com muito menino vestido de Sebastian bach ou Axl Rose e muita menina cheia de cachaça na cabeça agarrando quem vem pela frente – E você acha que não perco a oportunidade de vez em quando? hahaha. Logo na entrada percebia-se a mobilização dos Straight edges, Muito bem organizada, para que o evento role bem – E em som punk a mobilização é pra pegar de porrada um suposto pilatntra de acordo com os critérios de uma banca de panacas – Com pessoas se revezando na bilheteria, na colocação das pulseiras que possibilitavam entrar e sair do local, no “Bar” (aliás, lanchonete)... Todo mundo colaborando com todo mundo, talvez esta seja a fórmula do sucesso de cada edição do evento que já é tradicional na cena e sempre, sempre, sempre lota de pessoas que em toda edição tem a certeza de uma boa organização. O horário das bandas estava afixado logo na entrada e começava sempre conforme o combinado, além dos avisos “Sem álcool e sem cigarros por favor” e uma desnecessária placa de “Vai Corinthians” que além de feia não surtiu efeito pois o Corinthians apenas empatava naquela tarde com o Flamengo em 1 a 1. Mas vamos ao que interessa, as bandas!

A primeira Banda foi a The Pushmongos, banda relativamente nova mas que já está fazendo seu estrago na cena com um som forte, empolgante e bem tocado. Não acompanhei a apresentação por completo mas o pouco que vi foi suficiente pra eu tirar essas conclusões. Não sei se eles tem algo gravado mas pode procurar, se tiver algo gravado pare pra ouvir que é bem bacana.

Na sequencia veio a banda Ralph macchio com um hardcore porrada! Um tímido moshpit se formava no salão lotado do ego club, ao som bem tocado da banda que empolgava os presentes e com uma sacada bem legal de colocar uma fala de filme entre uma música e outra (Seriam os filmes do tal do Ralph Macchio?)

Terceira Banda a se apresentar, a Positive youth, que já conta com um público fiel dentro do cenário Straight Edge e também no cenário Hardcore em geral, mostrou o porque é uma das mais importantes de tal cena. O moshpit ficava cada vez maior e a movimentação da banda no palco era um show a parte, com os integrantes (principalmente o vocalista) de um lado e pro outro, esbanjando vitalidade (por um lado não beber tem um ponto positivo hahaha).

Abduzido por amigos, fui dar aquela saidinha pro lado de fora do salão perto do fim da terceira banda, e não me deparo com um show surpresa de uma banda de Bagaceira ao Extremo? Uma espécie de Grindcore que tinha até umas passagens de Death Metal. Sim, na calçada do outro lado da rua, fazendo surgir um grande bolo de gente para assistir ao show da Dupla (Um batera e o insano Guitarrista e Vocalista), que gostaria de saber o nome, pois em minha opinião foi a melhor banda da tarde! Dias depois fico sabendo que se tratava da banda Test, que costuma "Participar" e "Abrir" vários eventos importantes, mas do Jeito Deles: Encostando a kombi na calçada e mandando ver. Por mais que boas bandas estivessem tocando lá dentro, só esta corajosa intervenção musical já valeu pelo rolê todo! Infelizmente, como a rua é de todos e temos o direito de ir e vir e livre arbítrio garantido pelo nosso senhor Jesus Cristo, a apresentação terminou com a chegada de policiais segurando espingardas calibre 12, que não chegou a apreender ninguém pois após a derradeira ultima musica após a chegada a banda se prontificou em recolher rapidamente os equipamentos e se mandar. Só não entendi a necessidade e o porque de uma espingarda calibre 12 para que se encerre um show na rua. Talvez mais uma musica seria motivo para uma chacina, hobby favorito desta corporação que cada vez mais afunda-se em corrupção, violência e fascismo.

Adentrando ao ego club novamente, toma o palco a galera do movimento Passe Livre, para fazer uma palestra bem bacana sobre as lutas contra o aumento da passagem e a nova bandeira de combate do movimento: Mobilização pela tarifa Zero. Numa das postagens anteriores, cheguei a dizer que a luta tinha cessado... E fiquei muito contente em saber que aquela pequena fagulha de fim de fogueira não era um insucesso de fogo de palha, mas sim o início de uma grande chama de luta que cada um deve acender em si mesmo e chamar para si mesmo a responsabilidade de fazer valer a sua insatisfação contra esse sistema de transporte podre e totalmente dominado por empresários mafiosos. A tarifa zero se apoia no argumento Plausível de que: escola e hospital público são gratuitos, porque o transporte também não? Foi explicado minuciosamente porque vale a pena aderir á esta luta. Encantado com a palestra e com a atenção do publico que cobrava aos falantinhos de plantão que se calassem para não atrapalhar o andamento da palestra ( Tenta fazer palestra ou outra intervenção que exija atenção em Gig Punk...), testemunhei uma cena que vai gerar polemica, mas não posso deixar passar.

Estava eu encostado no balcão da lanchonete do evento saboreando um delicioso Hamburguer de soja (se eu falei delicioso é porque é bem feito, e não uns treco horrível de soja que vendem por aí) e enquanto isso o palestrante abre espaço para perguntas e/ou sugestões. Um garoto pede a palavra e sugere que o povo também reivindique a utilização das vias publicas para outros meios de transportes alternativos (afinal, planejaram as ruas para os carros, muito bem pensado), como Bicicleta, Skate, jegue, Cavalo... E quando ele falou no Cavalo uma gritaria de repreensão ecoou no ambiente, a palavra devidamente retirada do garoto e passada a outra pessoa. Eu encostado no balcão ouvi um buchicho de um perguntando pro outro atrás do balcão algo como “Quem foi que falou que cavalo é transporte?”, sendo respondido com “Aquele garoto ali de blusa preta da banda XPTO” (preservo o nome da banda pois foi aquilo que identificou o garoto). Tá certo que o cavalo sendo utilizado como transporte sob o ponto de vista dos vegans defensores dos animais é visto como exploração e com argumentos que provem que é fato o que se diz, ok. Mas o garoto foi infeliz em dizer aquilo, por mais que ele estivesse num ambiente que 90% das pessoas compartilhem dos mesmos ideais o mesmo não fez por mal, talvez não esperasse tal reação adversa ou não mediu as palavras (coisa difícil em calores de discussões, onde o raciocínio é apenas rápido e não lógico), por mais que ele disfarçasse e demonstrasse naturalidade, era visível o constrangimento que ele sentia naquele momento e os buchichos ouvidos por mim lembraram muito os pregos briguentos do role que ao ver alguém “suspeito” falam a mesma coisa antes de partir pra violência. Se o principio é liberdade e vendo que o garoto tinha boas intenções apesar dos Cavalos e Jegues, a repreensão não era necessária e se fosse questão de mostrar que aquela declaração não era de acordo com o ideal compartilhado pela maioria, que se fizesse isso de maneira amigável, fazendo um esclarecimento e apresentando o argumento do porquê daquilo.

Polemicas a parte, O periferia S/A subia no Palco para detonar um showzão ferrado! Não sou muito fã de periferia S/A e nem muito entusiasta de banda “Grande”, por serem considerados tão “Punks” e ao mesmo tempo tão distantes de nossa realidade, Mas esse show foi muito foda! Como eu estava de ressaca e já com umas pinga do bar do lado na cabeça (e ai de quem me barrasse na porta), mal dormido e cansado, assisti civilizadamente parado, amparado pelo balcão do buchicho comendo coxinha de soja e tomando mupy , mas minhas tripas pogaram por mim. Mesclaram musicas presentes no CD do periferia S/A com velhos clássicos do RDP, que fez o Ego Club ir abaixo. E no finalzinho, Atiçaram a galera com o início de “periferia”, mas só instigaram e saíram fora. Primeira pergunta de duas que fiz em menos de vinte minutos: Por quê o Periferia S/A NÃO toca na PERIFERIA? Talvez respondam dizendo que é porque Ninguem Chama, mas quem chama tem condições de fazer um som nos critérios exigidos de cachê e aparelhagem: Não tem ou se tem é precário. Se faz uma correria enorme atrás do que é exigido pela banda, se gasta uma puta duma grana, se cobra um preço alto em locais que dois reais são caros pra maioria dos “Punks’, se toma um prejuízo e ainda se aguenta a porra da banda “de nome” falando merda no seu ouvido e reclamando da “falta de profissionalismo” de quem jurava que sua banda favorita tinha postura e podia ser chamada de punk, ainda que com um pé atrás...

Como o cólera iria começar e eu não suporto esta banda, que foi a minha maior decepção que VI e senti – no coração e no bolso - (e já foi minha banda favorita, mas por praticarem coisas como acabei de mencionar entre outras presepadas muito piores, perdeu meu respeito) até cogitei a possibilidade de ir embora, mas lembrei que tem o jantar vegan no fim da Festa! Decidi permanecer ali mesmo tendo que ver aquela coisa no palco (e pessoas que idolatram aquilo – por isso que os bastidores da cena nos revelam coisas que fazem nossa convicção e radicalismo aumentar), mas esperando o rango sair! Mas como todo som Punk que se preze, tinha que ter goró. Mas Verdurada não é lugar de bebida alcoólica e me refugiei por uns minutos no bar do lado, chegando a fazer a noiazice de pagar R$ 3,50 numa dose de maria mole, e depois serrar umas brejas dos igualmente beberrões amigos meus. Daí vem a segunda pergunta de duas que fiz em menos de vinte minutos: Por quê o João Gordo NÃO Pagou pra entrar? O cara chega com a comitiva dele e chega entrando como se estivesse adentrando seu banheiro... sendo que ele tem dinheiro pra pagar a entrada de todo mundo lá dentro e ainda dois hamburguers vegans para cada um (e não diga que não tem...). A resposta: Ele é o João Gordo, Oras... Admiro muito esse figurão, mas ele tinha que pagar a porra da entrada e pronto!

Depois de quase uma hora resistindo bravamente ao show do Cólera, com pessoas tendo orgasmo em cada música que era executada e com vários discursinhos incentivando o “ Faça você mesmo”, que não é suficiente prum show deles rolar (Pague você mesmo e vai chamar pra tocar com aparelhagem “faça você mesmo” pra ver se eles tocam...). Qualidade indiscutível do show, da técnica, do profissionalismo da banda, massss... não desce. Os primeiros felizardos apareciam com os pratinhos com o rango... e lá vai eu afoito correndo pra fila da fome que se formava na calçada!

O jantar (que não falo o que era por não saber os nomes dos pratos vegans – só sei que tinha arroz) estava Delicioso, e ainda ganhei um Mupy! Ótimo presente e Grand Finale prum exemplo de evento que é a verdurada, apesar das coisinhas que sinalizei. Nenhuma briga, incidente ou acidente. Acho que será muito, muito difícil eu relatar que houve briga na verdurada. Ser maloqueiro é legal, concordo. Mas na hora certa! Quando se trata de evento, de cultura, de divulgação de ideias, o maloqueirismo tem que dar lugar sim á consciência, coisa que garante um evento de sucesso, com respeito e reconhecimento na cena. Afinal de contas, os que avacalham os sons achando-se os mais punks do mundo quando não tem nada pra fazer ficam se lamentando que naquele fim de semana não tem um som pra ir... Até poderia ter, se quem organiza não ficasse de saco cheio.

Enfim: Parabens á verdurada, a longa vida da iniciativa se justifica. E na próxima vez, coloquem a banda de death metal da calçada pra tocar...

Junho antifascista 2 – 04/06/2011 – plebe bar, Indaiatuba/São Paulo

Flyer do baguio! Depois se eu lembrar eu ponho as foto que eu achar...



Só porque eu falei que o interior tava meio parado no post Re-re-retrasado, acabei fazendo um rolê porreta no sempre igualmente porreta Plebe bar Indaiatuba há uns dias atrás... por acaso! Era um sábado qualquer que após o expediente fui para o centro de Sp ensaiar com o Pé Sujus e em seguida iria dar um tempinho no noise terror que estava rolando uma gig bem legal com bandas da baixada santista e discotecagem virando a noite com Sempre eles do Sp paranoia, para depois ir ao Aeroflith, a melhor balada Gótica de São Paulo, com meus parceiros de rockeragem do mal. Mas ao Chegar no Noise Terror, o Renato (que agora é baixista do kaos 64) me puxa pelo colarinho da camiseta e me intima a entrar na bendita da van. Relutei um pouco, mas já que não custou nada pra mim, me enfiei na superlotada van e fizemos um role simplesmente memorável!

A gig era organizada pelo renato em parceria com o Luciano, morador de Indaiatuba que sempre toma a linha de frente nos eventos punk ali organizados. Algumas horas na estrada e muitas, mas muitas, mas muitas voltas depois com a cabacisse do motorista que passava pelo mesmo local um monte de vezes, enfim chegamos pouco depois da meia noite no ótimo Plebe Bar, agora sob nova direção mas ainda sim um excelente point pra tomar umas geladas e tocar um som. O local já apareceu neste bendito blog há algumas postagens atrás na resenha do Deterioration noise grind festival. Ao chegar lá, um imprevisto devidamente reparado para a prevalescencia do bom senso no restante do evento: A primeira banda tocando. Até aí tudo bem... se não fosse um monte de gente dentro do som sem pagar entrada de R$ 7. Apesar de ser uma situação meio chata, o som foi interrompido e a galera colocada pra fora, voltando o som após todo mundo estar devidamente colocado do lado de fora e retornando ás dependências do bar após pagar a entrada, que era essencial SIM para o pagamento de despesas de transporte das bandas entre outras coisas.

Entre uma confusão e outra, o que caiu de gaiato no rolê acabou trabalhando na organização do som também: Elaborando o tempo de palco das bandas, cuidando do palco, Ajudando na portaria e carimbando os pagantes. Prova de que a união faz a força e que cruzar os braços só faz piorar as coisas. Mas vamos ao que interessa, as bandas!

Abrindo o evento oficialmente, por volta de Uma da Manhã, a banda Mephisto faz um show que mescla músicas próprias com muitos covers de bandas como ramones, zumbis do espaço, entre outras... Fizeram um show bem tocado e divertido que empolgou a galera que ia entrando aos poucos depois de reparado o erro da entrada livre que não era livre hehehe. Um ponto positivo é que no interior a galera lota o pico desde a primeira banda, e não aqui em são Paulo que o povo só quer saber de ver as bandas mais “de nome” e quem ta começando agora ou abrindo o evento toca pras moscas.

A segunda banda foi o Cegos Pelo ódio com seu hardcore podrera furioso bagaceira do capeta na tóra. Muito peso e velocidade em cerca de 10 minutos de caos total. Uma banda bacana retornando em grande estilo para os palcos sujos dos subúrbios de são Paulo e de onde mais for possível ver o show. Não vi a apresentação deles pois estava fazendo as vezes de porteiro do som enquanto o renato se esgoelava, mas como pude ver, o local estava cheio e todo mundo assistindo a banda.

Em seguida foi a vez de Ruído dependência, de Paulínia, que mandou ver um punk hc de repertorio curto devido não só a velocidade e curta duração das musicas, que nos levou de volta pros anos 80, como o vocalista Fernando tava meio savage de cachaça, mas segurou a bronca legal e fez um puta show bacana que até eu poguei (eu jurava que tava cansado).

Aproveitando a empolgação que o Ruido dependência me deixou de herança, Surge a penúltima banda da noite, a banda “surpresa” do flyer... E quer surpresa melhor que o Excomungados? Esta banda clássica fez os punks mais antigos sorrirem de orelha a orelha com a possibilidade de ver um grande nome do Punk nacional fazendo mais uma apresentação caótica naquela madrugada. E o show foi a pior bagaceira possível! Não foi tão caótico como o som de ferraz do pré manifest 2, mas foi dantesco! E no baixo (desligado), Euzunho da silva fazendo pose, caras e bocas e backing vocal. O repertorio também foi curto mas foi eficaz.

E encerrando a noite a banda mais esperada, que abarrotou o espaço de pogo da galera: Kaos 64! Foram 25 minutos de pura Pancadaria, Tosqueira, Cotoveladas e barulheira de primeira que é a melhor banda de Hardcore dos Anos 80 na ativa. Só preciosidades como “Filhos da nação”, “rampa do Planalto”, “Guerreiros Suburbanos”, “Palco Maldito”, “Tietê”, Molecada... Só porrada! Fazia tempo que não descia “socos pacíficos” nas costas alheias! Simplesmente Perfeito! Kaos 64 conta além de Nivaldo e Renato com Pedrinho (também do agrotóxico) na bateria e Vinicius “Primo” na guitarra. Formação nova mas que promete continuar o kaos por aí por muito tempo!

A banda Esgoto, apesar de estar presente no flyer, não foi. Como eu conheço MUITO BEM os caras da banda, acho que não houve uma comunicação adequada na hora do convite á banda. Em 7 anos de shows que organizo o esgoto não faltou em nenhum. Isso se chama colocar a banda no flyer sem confirmar! E sem falar da ajuda de custo pros caras irem tocar, afinal Indaiatuba é longe...

Saldo Final: Nenhuma briga, Nenhuma encheção de saco, nenhum atrito, só gente boa, meninas bêbadas, Meninos embriagados, Stands de materiais bem variados do Xines do excomungados e da Distro da região, a Wolfgang Distro, que além dos materiais punk e metal também vendia um rango vegan que prestava (a deliciosa Samosa de Strogonoff de Soja, Bem servida e apenas 3 reais). Eram 4 e meia da manhã e estávamos longe de casa, portanto, não restou outra escolha a ir embora para nossas casas nesta Maldita cidade que tenho raiva cada vez mais que vou ao interior...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

MEGA ULTRA MASTER BLASTER RESENHA DE TODOS OS PRÉ-MANIFEST REALIZADOS ATÉ O MOMENTO



Esse flyer é do pré manifest 6, mas nego vacila e inverte os algarismos romanos hahaha





Pois bem rapaziada e muierada, e também travecaiada e transexuaiada, Com tempo de sobra o ser humano é capaz de realizar verdadeiras proezas como escrever textos enormes prum blog semimorto nos momentos de ócio com um instrumento de digitalização de pensamentos em seu alcance em período integral. E se é pra escrever texto grande, vamos fazer do jeito certo: Resenhando vários shows de uma vez!

Neste caso, como promessa é dívida e eu havia prometido aos meus companheiros de BRANCALEONE resenhar todos os eventos pré-manifest que rolaram, vou fazer isso numa postagem só e tentarei ser o mais objetivo possível, tarefa árdua para um prolixo assumido que sou eu. No Blog do coletivo – http://coletivobrancaleone.blogspot.com – já temos umas resenhas, inclusive a do pré-manifest VI que o Nicolas do Lokaut fez de forma que eu nem precisasse escrever outra mas como eu sou teimoso não irei deixar de resenhar esta edição também! Hahaha

Pré manifest são os eventos que antecedem o festival MANIFEST a ser realizado no corrente ano de 2011 e o que são e o que significam você pode encontrar na postagem anterior porque não tenho saco e nem idiotice suficiente pra ficar repetindo em toda postagem a mesma coisa. Aqui você vai ver o que rolou de fato! E vamos ao que interessa...


Pré-manifest 1, dia 27/03/2011 – Cidadão do Mundo, São caetano do Sul.

Após Intensiva Divulgação por parte de todos do coletivo e demais entusiastas “Voluntários”, compartilhando o bendito flyer incessantemente no facebook e estuprando scrapbook alheios no Orkut, eis que chega o tão aguardado dia do primeiro Pré-Manifest!

Logo no horário estabelecido no flyer (14 hs) as cercanias do local já contavam com os primeiros prestigiadores do evento que numa atitude milagrosa ou falta do que fazer mesmo chegaram no horário certinho! Pena que a casa não pensou igual a galera e abriu com atraso. Mas nada que uns botecos e padarias ali próximos não resolvessem com um verdadeiro “esquenta”, mas com cerveja gelada! Cada vez mais a rua ficava tomada pelos Punks e assim que o espaço abriu as portas, pouco antes das 16 hs, a equipe já tratou de correr lá pra dentro, distribuir tarefas e atribuições a cada um dos integrantes. A primeira banda foi Direcionada para o palco para uma passagem de som e ao mesmo tempo “Encheção de linguiça” para que o povo entrasse logo na casa, afinal dentro de poucos minutos a primeira banda iria começar!

PLEBEUS URBANOS: Primeira banda a se apresentar para um público um pouco menor, como é de costume em toda banda de abertura, mas as pessoas ali presentes pogaram e trocaram energia com a banda que disparou em pouco mais de meia hora mais de 15 clássicos de seu repertório de um Hardcore energético e caótico sempre regido pelos ideais libertários. Um Show de Qualidade, curto e grosso que não deixou ninguém parado (ao menos batendo o pé no chão e balançando a cabeça todo mundo tava)

MOLLOTOV ATTACK: A segunda banda que iria tocar nesta gig seria oficialmente o Heresia 666, mas por motivos de força maior tiveram que cancelar sua apresentação alguns dias antes e no lugar foi escalada esta banda que cada vez mais se consolida na Cena PUNK do ABC, sendo uma das mais ativas da região. O Som: Porrada pura! Hardcore sem frescura que não permite ao ouvinte que nem respire, apenas pogue e distribua cotoveladas amistosas aos colegas de roda de pogo. Com um pouco mais de gente dentro do espaço, o clima estava cada vez melhor.

PÉ SUJUS: Terceira banda e como todos já sabem, banda deste que vos escreve. Além de dar uma força na portaria, elaborar os horários e cuidar do palco, me foi acumulada a função de também cantar um rock pra fazer o povo dançar, pogar, pensar . E Com a visão de alguém de cima de palco, digo que nossa apresentação foi redondinha, amparada pela boa aparelhagem e empolgação do público que prestigiou nossa apresentação (tem gente que prefere fumar a nos ver tocar), fizemos nossa tarefa direitinho e sem maiores preocupações e ainda deu tempo de tocar um cover do Excomungados com a participação do vocalista do próprio excomungados, o Xines! Fizemos nosso papel muito bem, obrigado U.U

88 NÃO! : Com a casa já mais cheinha e com a experiência de uma década que a banda possui, é lógico que o que pudemos esperar desta apresentação fosse mais uma performance memorável! Com o adendo de uma segunda guitarra eles fizeram um show de repertório completo emendando uma música na outra, com total empolgação, mais peso e velocidade (exceto em algumas musicas que velocidade não cai bem mesmo). Pogo frenético da plateia e suor em bicas dos integrantes consolidaram uma apresentação excelente que neste ano ainda não foi superada de todos os sons deles que vi até agora.

INVASORES DE CÉREBROS: Fechando a noite e com a casa Cheia, era a estreia da Nova formação KOBiana da banda (Dois Integrantes do Kob 82, Limão e presunto, ingressaram nesta clássica banda), achei até que ia ter um deslizezinho ou coisa do gênero. Mas o que vi foi uma Pancadaria sonora mais pesada que antes e tudo redondinho, comandado pelo sempre ele aqui no blog Ariel, incendiando a plateia e gerando hematomas nos corpos quentes e sebosentos de suor do público igualmente endoidecido com o som da banda. Sem sombra de dúvida, pra estreia de formação com pouco tempo de ensaio, estão de parabéns.

Enfim, nenhum imprevisto, Briga ou presepada foram registrados neste evento. Após o término cada um tomou seu rumo e correu pra casa pra assistir o silvio Santos no fim da noite dando em cima de modelo siliconada em seu programa.

Pré-Manifest 2 – Galpão Studio, Ferraz de Vasconcelos – 10/04/2011

1000 Panfletinhos azuis distribuídos em tudo que é porta de show possível e uns dias depois, E igual divulgação virtual massiva, chegou o dia do segundo pré-Manifest, desta vez realizado em Ferraz de vasconcelos, No velho e bom Galpão Studio, mas com uma série de fatos pitorescos e imprevistos.

O flyer marcava o inicio para as 14 hs e desta vez não tinha ninguém obedecendo ao horário do flyer (mal de zona leste hahaha). Cheguei ao local as 14 hs, mais cedo que o restante da equipe pelo fato de morar pertinho enquanto o pessoal nunca tinha pisado em ferraz (hehehe), naturalmente se perdendo no trajeto. Enquanto isso o céu que já olhava feio para a zona leste desde cedo resolveu mijar em nossas cabeças como alguém que segura mijo por 4 horas depois de uns litros de cerveja. Água pra caramba! Ao abrir a porta do local pra ver a movimentação lá fora, o que vimos foi a rua do som totalmente alagada, problema insistente em Ferraz de Vasconcelos há décadas, e o Brancaleone Móvel ali no meio do caos tentando encontrar um lugar para se estacionar enquanto tudo que é tipo de lixo fazia um verdadeiro desfile da vergonha na Grande valeta que se tornou a Rua da Estação de Trem de Ferraz. A chuva fez atrasar o público, comprometendo trens a diminuir sua velocidade, e fazer os punks de açúcar desistir de ir ao evento, tornando-se o mesmo um evento relativamente pouco frequentado, comparado ao tamanho da casa que é grande.

O tempo passava e as bandas não chegavam (exceto o subviventes que chegou cedo), fazendo o evento começar pouco antes das 18 hs para as poucas pessoas ali presentes, mas como a água já tinha baixado, naquela altura do campeonato se ela inundasse a rua de novo iria trazer era mais lixo e não gente como a gente gostaria que acontecesse hahaha.

GERAÇÃO OFENSIVA,Abrindo o evento e fazendo o show de despedida do baixista Renato “Bereba” que deixa a banda para se dedicar melhor aos compromissos pessoais após anos de dedicação á banda. Um show memorável, amparado pelo bom equipamento e que chamou a atenção das pessoas presentes, uma verdadeira despedida em grande estilo para um integrante. Testemunhas do momento não em quantidade, mas em qualidade! Hardcore sem Frescura e cada vez melhor. Agora é aguardar pelas novidades da banda e seu novo Baixista a ser apresentado logo mais.

THE DRUNK: Segunda Banda, relativamente nova mas com integrantes velhos de guerra da Cena do ABC paulista, surpreende a todos que a assistem pela qualidade e levada do seu som, pogante da primeira á última música. Mais uma banda que merece uma atenção melhor da cena e que cumpre muito bem seu papel de fazer um som de primeira. Fez todo mundo que estava lá cair no pogo! E no final, um cover de... Roberto Carlos! Oferecido á Mara e Zombra pelo vocalista, “amigo” não deixou ninguém parado e mostrou que até os punks se curvam ao Rei Roberto – Até os mais mau encarados estavam cantando palavra por palavra.

SUBVIVENTES: Terceira Banda a se apresentar, um verdadeiro clássico do Punk nacional descarregando o repertório dos 3 discos em um show que só quem conhece a banda ao vivo pode descrever como é sentir a garra de toda aquela energia. Por se tratar de uma banda mais conhecida, mais pessoas integraram a roda de pogo, cantando junto os clássicos da banda e proporcionando uma cena bonita, talvez o auge daquela já noite de domingo, ao passo que algumas pessoas atrasadas iam chegando aos poucos e agregando mais ao evento.

EXCOMUNGADOS: A pior banda do Mundo encerrou a noite com chave de ouro! Numa apresentação caótica, maluca, insana, podrera, Deus me livre e outros adjetivos que devem ser interpretados no bom sentido, naquela regra de quanto pior, melhor fica! O operador da mesa de som coitado, tentando regular pra tentar reparar algum possível defeito existente, se tranquiliza quando o informo que a banda é ruim de natureza e que esta é a característica da banda. E o pogo comendo solto com gente pulando, batendo jaqueta, invadindo o palco, cantando junto e até tocando algum instrumento! Simplesmente Foda!

A banda SUBTRAIDAS estava relacionada para tocar no evento, mas foi impedida pela chuva de chegar até o local, o carro com as integrantes ficou preso no transito e num alagamento no meio do caminho, infelizmente. Seria ótimo a presença destas meninas de ouro mandando ver e completando nossa festa. Mas em outra oportunidade elas poderão compensar para nós com um show mais energético ainda. Enquanto isso, “Pisa nesse chão com força” na versão de Djalma Pires selava o fim de mais um evento, enquanto os Punk Véio não resistiram ao balanço do Samba Rock e protagonizaram uma cena que foi até pro youtube. Como o rolê terminou relativamente cedo, juntei-me aos punks de ferraz e região e fomos para a porta da festa da uva, onde rolava o show do Zezé di Camargo e Luciano, pra fazer um rateio pra comprar goró... Coisas de Punk.


PRÉ-MANIFEST 3 – 16 /04/ 2011 – Cidadão do mundo.

Era um pré-manifest Não-oficial, realizado pelo nenê altro e contou com Total terror DK, 88 não! E outras bandas. Nem eu e ninguém do Brancaleone foi, pois no mesmo dia e horários rolava o...

...PRÉ-MANIFEST 4 – 16 /04/ 2011, ESPAÇO IMPRÓPRIO

Este evento era das duas uma: ou ia estrumbar de gente ou não ia ninguém... Afinal, teríamos ali no centro a bendita Virada cultural acontecendo, e se isso não nos ajudasse com a presença da galera que estaria circulando pelo centro, nos prejudicaria pelo rolê de circular chapado por aí como é costume em toda virada cultural e assim não ter o interesse de subir para o impróprio.

De ressaca e suando pinga após uma noite anterior homérica (Show do The boys e depois rolê com os insanos Gringo e Demente numa festinha de playboy regada á Smirnoff e 51), chego um pouco atrasado ao impróprio, mas ainda assim chegando cedo, pelo fato do evento atrasar mais uma vez, sempre esperando o povo chegar. Mas não iria adiantar muito. E a frente do improprio estava lotada, mas de gente que não ia pagar pra entrar pois logo iria ao centro ver o show do Skatalites que no fim ninguém viu pois não conseguiu entrar no meio do tumulto. Mas o som não pode parar. Teve quem pagasse entrada e quem comparecesse para tocar, então, vambora!

DEPENDENTES QUÍMICOS –A banda que abriu a noite, diretamente de Guarulhos e capitaneada pelo multi-homem Garu, mostrou para as poucas pessoas presentes seu repertório recheado de técnica e poesia, com letras muito bem elaboradas que merecem uma atenção especial! Com direito até mesmo a cover do Dead kennedys para “Holiday in Camboja” muito bem executado.

SARJETA – Segunda Banda, Levou uma galera legal para acompanhar sua apresentação e a banda está melhor do que nunca, tocando muito bem e algumas musicas já na ponta da língua da galera, resultado de muito esforço e correria do guitarrista e vocalista Fábio, que ao executar “Bêbado drogado” fez o local ir abaixo.

PÉ SUJUS – Lá vai eu mais uma vez como terceira banda na bagassa... mas desta vez um fato inédito em nossa história: Pela primeira vez tocar sem o meu braço direito e onipresente Cesar, o guitarrista responsável pelos acordes de todas nossas musicas. Quase chegamos ao ponto de cancelar nossa apresentação, mas o baixista punkelo se declarou capaz de segurar a guitarra numa boa. Encaramos o desafio e saiu um show bacana! De 7 musicas programadas no repertório, fomos para 10, quase o repertorio completo. Punkelo surpreendeu a todos mostrando ser um bom guitarrista, apesar de não fazer tudo o que o cesar faz, mas segurou muito bem a bronca e fizemos uma boa apresentação.

DZK: Quarta Banda da noite, A clássica Banda do ABC paulista que dispensa apresentações fez um show na média de suas frequentes apresentações, mas era uma pena que a turminha do skatalites se retirou após o término do pé sujus e fazendo assim o dzk tocar pra menos gente do que deveria. Mas foi um show de comprometimento e postura da banda que pode ser chamada de banda das antigas verdadeiramente PUNK, ao contrario das bandas que só faltam ter um altar e só dão desprezo aos seus “súditos”, achando que tudo o que tinha que ser feito pelo Punk já foi feito nos anos 80 e não devem mais fazer nada. O DZK é uma lição de vida e postura para bandas Velhas e Novas.

FILHOS DA DESORDEM: encerrando a noite, outra banda clássica, encabeçada pelo velho de guerra Rude, com um repertório mais calcado em covers de clássicos do Punk rock e alguns sons próprios que fizeram história. O Show em si foi excelente. Só faltou público, que naquelas horas deveria estar se degladiando pra ver o skatalites (engraçado que todo mundo começou a curtir ska de uma hora pra outra NE ? ) e se arrependendo de não estar ali no impróprio.

O som encerrou-se pouco depois da meia noite e após umas brejas no bar que faz esquina com a augusta, uma galera que sobrou desceu em direção á cracolandia pra ver o pior show da virada cultural: The misfits!


PRÉ-MANIFEST 4 E 1/2 – Quest Bar, Santo André, 30/04/2011

Um outro evento “Não oficial “ com o título de Pré-manifest rolou no dia 30 de Abril, No quest Bar em Santo André. Como no flyer não tinha numeração especificando a edição do evento, tomei a liberdade de apelida-lo de pré manifest 4 e meio hahaha... Não estive presente no evento pois estava atarefado com o evento de 1 ano de shadowplay (ao mesmo tempo último do projeto), assim como ninguem do Brancaleone, com a exceção do Barata que Mandou um som com DZK, além do suporte do Subviventes, The Drunk e Avante.


PRÉ-MANIFEST 5 – Sattva Bordô, São Paulo – 01/05/2011

No dia 1 de maio rolou o Pré-manifest 5, no sattva Bordô, localizado na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo. No flyer, previsão de início do evento ás 15 hs, apesar do Pessoal da casa chegar atrasadinho e o evento começar apenas pouco antes das 17 hs, gerando inclusive a desistência de algumas pessoas que vinham diretamente do pífio protesto do 1 de maio que houve naquele dia, ainda mais por conta do frio e garoa que castigavam os pacientes punks que aguardavam espremidos embaixo da estreita marquise do local se protegendo do chuvisco e aguardando a abertura da casa. Nossa parte foi feita, chegamos no horário, com exceção de mim mesmo, que fui fazer uma correria bruta atrás de pedestais de bateria, devidademnte e gentilmente emprestados pelo nosso amigo Marcello kaskadura, velho de guerra da cena e pau pra toda obra. Pior para a casa que teve menos pessoas no publico e consequentemente menos consumação. Mas de modo geral o evento teve um público maior que os anteriores, que agitava, chegava junto e curtia as bandas, raros momentos no Punk rock da cidade de são Paulo que está cada vez mais apático e autodestrutivo. Problemas resolvidos e críticas feitas, vamos ás bandas...

A banda que abriu o evento foi a Ódio Social, estreando sua nova formação que, diga-se de passagem, está mais agressiva, pesada e com uns toques de metal e passagens mais cadenciadas, deixando o som da banda mais empolgante e autêntico. Ainda não tinha taaanta gente no local como deveria ter (banda de abertura sofre, não é a toa que ninguém gosta de abrir evento), mas a banda não baixou a cabeça e mandou ver os petardos de seu repertório que agradaram a todos os privilegiados que estavam ali assistindo o show da banda, inclusive eu que estive onipresente no comando da mesa de som. Quem não viu, seja qual for o motivo, Perdeu uma grande apresentação!

Na sequencia, o veterano grupo Sub Existência mandou ver seu Punk Rock 77 cheio de técnica e energia lotando o Salão do sattva, proporcionando uma grande roda de pogo e gente pulando cantando junto alguns clássicos da banda... e eu me desdobrando no comando da mesa e protegendo a mesma, pois os empurrões da roda arremessavam seres humanos enlouquecidos pra cima da mesa e das caixas de som, além de um punk bêbado ao extremo conseguir fazer uma das caixas de som penduradas cair no chão – ainda bem que não quebrou. Pela performance do público, deu pra ver o que se passava no palco. Simplesmente Demais!

Em seguida o 88 Não! Fez mais um show repleto de entusiasmo, com aquela bem ensaiada tática de uma música junta da outra, pouca conversa e muito Punk rock! O show estava ótimo, apesar do público ter se dispersado um pouco e o salão não estar tão cheio como na hora do sub existência. E além disso, com os atrasos do evento, o tempo de palco para cada banda foi diminuído além do projeto original e com isso todas bandas tiveram repertório reduzido, e com o 88 não não foi diferente, ficando umas músicas do repertorio completo de fora. Uma pena. Mas tem mais banda pra tocar e hora pra acabar! No fim, o baterista e cabeça da banda Daniel pegou o microfone e deu um mini discurso, dizendo que se o Punk não se levantar e organizar agora, deixando de lado as patifarias e dando mais valor ao que todos dizem lutar, o movimento seria mais respeitado e levado a sério, e que do jeito que as coisas vão andando, nós estamos no último fôlego antes que o punk se torne palhaçada ou coisa do Passado. Sábias palavras devidamente aplaudidas e coisa que todas as bandas deveriam fazer, não só fazer cara de cu e xingar o “sistema” e tocar rock de gente rebelde.

Enquanto o 88 Não tocava, já iríamos ajeitar o Juventude Maldita na sequencia, mas a banda Psicultura, de Votorantim, que todos achavam que já não mais viria devido ao horário que já avançava e nada deles chegarem, surge e já tratamos de encaixá-los após o 88 não! – Ainda faltava um integrante do JM. Pois bem, a quarta banda da noite mandou 15 minutos de puro HARDCORE (em maisculo pois é coisa de louco o som deles) pras poucas pessoas que interessaram-se em assistir essa grande banda que é responsável por boa parte da produção de cultura punk na região de Sorocaba. Um show energético, uma porrada atrás da outra que não deixava tempo nem de aplaudir! Enfim, ótima apresentação desta banda que merece cada vez mais respeito, atenção e destaque não só pelo som, mas pela atitude e postura.

Enfim, o juventude Maldita estava completo e pronto pra Lotar o salão de bandas do Sattva e fazer uma apresentação ímpar, fazendo todo mundo pogar enlouquecidamente e cantar junto as músicas que já estão na língua da galera, clássicos recentes como “Explorados” e “pisa na cabeça dele” geravam alvoroço na galera que pulava e que tomava empurrões violentos deste que vos escreve para que não derrubassem a bendita mesa de som que fica no canto da pista ao lado do palco...

Encerrando, enfim, mais uma noite de Punk rock, o invasores de Cérebros sobe ao palco por volta das 21:30 pra fazer mais um show Fuderoso (fudido com poderoso, esses neologismos de rockeiro doido me surpreendem cada vez mais), como de costume, fazendo o publico quebrar tudo , sempre regido por ele mesmo de novo mais uma vez agora e sempre Ariel, Que cantava com Fúria e Compartilhando sua energia com o público, atuando divinamente como um maestro da fúria. Os shows com a nova formação estão cada vez melhores, provando que a pior merda que acontecesse com a banda seria o seu fim (possibilidade cogitada após a saída de dois integrantes no inicio do ano).

O evento terminou sem nenhum registro de incidente grave (só umas presepadas de moleques punheteiros cheios de testosterona nas espinhas que nascem na testa nesta faixa etária, que quase arrumam confusão com os seguranças do puteiro Kilt, o Castelo do amor, logo do lado – Salvos por nossa intervenção, da próxima vez que sejam levados pra dentro do mocó e tomem um couro pra largar a mão de ser idiota, além das tentativas de entrar com goró de fora, incluindo uma tentativa de suborno com uma garrafa de Smirnoff ice sem gelo pra mim ao avisar que não poderia consumir tal bebida vinda de fora ali dentro), mas nada de mais comprometedor. Só restou a desmontagem da aparelhagem ao som de Agepê... E no meu caso o evento só acabou um dia depois, quando tive que levar os pedestais ao seu local de origem.

PRÉ-MANIFEST 6 – Escola de samba cabeções da Vila prudente, na própria VP, 07/05/2011

O Último e Mais Recente pré-manifest realizado foi o realizado na Quadra da escola de Samba Cabeções da Vila prudente, no dia 07/05/2011. Já foi resenhada no Blog da Brancaleone, mas Merece a versão “feio” dos fatos hehehe.

Pois bem, o corre começou logo cedo, por volta das 10 da manhã já tinha a galera que montava o palco, fazia os corres do bar e preparava tudo pra ser o grande evento que foi, excepcionalmente nesta edição tivemos a parceria com o projeto Florescer, bastante atuante em sua proposta de criar e valorizar mais áreas verdes em São Paulo e deixar tudo cada vez mais bonito na medida do possível – Houve farta distribuição de sementes e mudas, que transformou os trens da cptm em verdadeiros Jardins após o final, com grupos de punks segurando suas mudas a caminho de casa.

Pelos lados do Itaim, Lá ia eu do cesar bar (estação jardim Romano) até a estação ipiranga com meu super ampli top de linha da machintec (que Pesa uma caralhada de quilos – e que não aguentou o tranco do som do dia seguinte), que teve seu papel fundamental na discotecagem dos meninos do Sp paranoia. Chegando lá, tudo montado, tudo bonito ,legal, bar pronto para receber os cachaceiros de plantão... opa, como o bar vai receber cachaceiros se não tem cachaça? Corremos pro mercado que existe ali nas adjacências e compramos uma garrafa de 51, limão e groselha pro bombeirinho, além de jurupinga e Montilla Pra “diretoria” que teve umas doses vendidas também. Mal sabiam os garotos que as pinga braba iriam salvar o bar mais tarde...

Um pouco antes das 17 horas (horário emblemático), começa a primeira banda, integrada no evento alguns dias antes. Falo da Genocidio Nuclear, ótima banda formada recentemente. O som é um punk/HC básico, porém bem executado e pra variar não tinha tanta gente no momento que os meninos tocavam, mas dentro do bar entre um cliente e outro eu ia pogando o som desses meninos que tem tudo pra arrebentar na cena, basta fazer correria e se esforçarem.

A segunda banda foi a KOB 82, Banda que se destaca cada vez mais dentro da cena com seu som literalmente oitentista, hardcore podrera que não deixou ninguém parado e que ainda por cima canta uma musica cuja letra é de co-autoria minha (“Revolta”). Autopromoções a parte, vai ser difícil eu falar do kob 82 ao vivo além das velhas frases do tipo “Fizeram um ótimo show”, a não ser que os caras estejam mal ensaiados ou bêbados, coisa que não aconteceu até hoje enquanto eu estive presente hahaha. Ótimo como sempre!

Em seguida foi a vez do Indigesto, de volta e com tudo. Capitaneada pela vocalista e baixista Leine, fizeram um show curto e grosso, cerca de umas 8 musicas, mas deram conta do recado e foram bastante eficazes... a banda que voltou recentemente vem aos poucos reconquistando seu lugar de destaque na cena, lugar merecidíssimo diga-se de passagem, e nos enche de alegria por ter voltado, afinal animou muitas gigs pelos subúrbios há alguns anos atrás.

O palco então é ocupado pelos Subviventes, que já com uma boa galera presente, fez seu dever com a mesma capacidade de botar todo mundo pra pular de sempre, mas amparados pela boa aparelhagem e pela galera em bom número presente ali meteram um showzão memorável que dispensa apresentações. Aliás quando for pra falar do subviventes neste blog, só direi que show do subviventes é sinônimo de som redondinho e plateia enlouquecida.

Enquanto isso, o bar ia de vento em popa, cerveja acabando, assim como os salgados sem carne indo embora também (afinal carne é coisa de fascista), eu correndo servindo doses de jurupinga e preparando bombeirinho – foi o que o povo recorreu após a cerveja acabar, enquanto não chegavam mais cervejas o povo se matava nos goró forte.

Eis que a banda Lokaut inicia sua apresentação que levou todo mundo, menos quem tava no bar (até certo ponto) pra frente do palco para pogar ao som do punk rock seco e sem frescura executado pelo quinteto, que já está se tornando uma das bandas clássicas da nossa geração e conseguiu estabilizar-se após anos de luta. O Grand finale da apresentação ficou por conta do cover do setembro negro(não é do colisão, porra!), “Leva pra 40” que teve como convidado quem: Euzinho da silva hahahaha...

Enquanto a segunda garrafa de 51 chegava pra suprir a falta de bombeirinho que se esgotara com a sede de álcool não só dos punks, mas dos “Vileiros” que aproveitavam o goró a preço promocional, o Phobia iniciava seu show, desfilando os hinos “Bife do nazi”, “Eu sou Punk”, “Tem que lutar”, “Brasil ano 2000”, gerando uma grande roda de pogo no imenso espaço que é a quadra de escola de samba que apesar de não estar lotada, tinha gente suficiente pra lotar um “Cidadão do mundo” ou um Sattva.

Encerrando o evento, tivemos o Massacre em Alphaville, também com nova formação e com 3 (!) vocalistas, sendo os mais recente agregados o Douglas (Tambem do ódio social) e o Augusto (Mito da caverna e ex Praia de vomito). O som com influencias crust fechou com chave de ouro esta edição do pré-manifest que não só foi uma diversão e uma celebração para o movimento punk, mas pro pessoal do entorno que pode prestigiar um evento punk totalmente na paz, onde crianças podiam circular, mamães punks levarem seus bebês e a galera vizinha interagir com os punks numa boa. Pois incrivelmente não colou prego de cabeça de merda no evento, só Punk de verdade mesmo! Nenhuma briga foi registrada, só um bate boca aqui e ali mas nada demais. Até porque também quero ver quem ia causar alguma coisa ali no meio da favela... Apenas a banda Luta Armada teve que cancelar sua apresentação devido a um Problema de Saúde do Guitarrista Jaaka (Nevralgia - dói pra caraio), mas conforme citado, o genocidio Nuclear substituiu legal. Enfim, um sábado pra não sair da memória. E lá foi eu com o Ampli de chumbo rumo ao Itaim paulista por volta das meia noite deixar no bar pro som do dia seguinte...

Por enquanto é isso... Todos os pré-manifest estão devidamente resenhados até agora e prometo ser mais pontual a partir do próximo, agora que tenho tempo e condições hehehe...