Flyer do bang!
E continua nossa saga de eventos que antecedem o Manifest, festivalzão lascado que vai fuder a porra toda em novembro próximo! Neste caso, o palco da oitava previa do Manifest foi o velho e bom Cesar Bar, aqui no não tao distante - mas mesmo assim marginalizado pelos punks almofadinhas – Itaim Paulista.
Foi um evento de parto difícil, afinal, não estávamos diante de uma casa estruturada que oferecia uma aparelhagem de primeira em troca de aluguel ou coisa parecida. Estávamos num bar que cedia a portaria para a organização, possibilitando a entrada barata -5 reais, e ainda teve um lixo muquirana que deu ataque de pseudo-anarquista (mais informações ao longo do nhem nhem nhem) – mas em contrapartida não tinha absolutamente nada em relação a aparelhagem. Ou seja: Trabalho em dobro para honrar o compromisso de mais um evento que, aliás, sofreu um pouco com dispersão de público – No mesmo dia tivemos Show no hangar, Show na Vila Brasilandia, e show em Itapevi no Porão – comparecendo mais a galera da zona leste, menos uma ou outra exceção.
A aparelhagem foi um calvário a parte. Como a casa não disponibiliza nada, apesar de oferecer a portaria – por isso que se cobra entrada no cesar bar, cobrir alguns custos com aparelhagem como por exemplo- Tivemos que utilizar minha “aparelhagem”(Um ampli de guitarra maomenos, um multiuso véio pro baixo e pro backing vocal e um ampli adaptado para voz. Retorno? Não, bandas, hoje é tocar na raça!), que foi devidamente trazida de busão (o multiuso enorme) e de trem (O ampli alugado pelo Babão do Lokaut para voz), em varias viagens no meu carrinho de carregar cesta básica que balança mas não cai. 10 da manha, todo mundo indo dormir e este que vos escreve aqui já fazendo exercícios – levantamento de ampli - pra ficar mais gostoso e depois exibir os resultados mais tarde, todo suado e estressado com o excesso de tarefas simultâneas que organizar som proporciona. Eu do lado de dentro resolvendo problema das bandas, separando começo de briga, ajudando a regular o equipamento e pogando um pouquinho. Mara, como sempre, Botando Ordem na portaria pro evento não virar bagunça, o lado cabeça do evento, usando a experiência de décadas para que este se tornasse mais um evento de sucesso. E sabugo, de perdido, acabou que ajudou a Mara na Portaria.
A quantidade de pessoas não foi tao boa como em outras edições, mas o problema era a qualidade das pessoas. Afinal de contas, como uma pessoa se dá ao trabalho de sair de casa, ciente que o show custa r$ 5 o ingresso e chega na porta pra fazer rateio com poucas moedas - coisa de colocar 10 pessoas pra dentro com R$ 18,65- com o cu cheio de cachaça que custou bem mais que o valor da entrada? Sim, você já ouviu esta ladainha enésimas vezes, chego ao ponto de ser chato e a reclamação se tornar algo maçante e repetitivo. Mas o Grande problema é que estas pessoas já vao ao evento com este tipo de mentalidade: não pagar pra entrar ou esperar a portaria liberar, como acontece com frequência nos eventos, nos momentos em que se sabe que ninguém mais vai chegar e que já se está de saco cheio de estar ali fora. Não que quem não tenha dinheiro não tenha o direito de se divertir. Mas que ao menos use o bom senso e sejam mais honestas. Afinal moleque de 16 anos tentando enganar eu que tenho 23 e á Mara, que há muito já passou dos 40, é dose pra leão... Afinal de contas Pra usar drogas (e tem gente que não gosta que eu mencione que punk usa droga neste blog – este quando ser pai vai acreditar que a filha aos 30 anos ainda é virgem) dinheiro brota até do chão. Mas pra apoiar a cena, nada. Quer entrar de graça? Me empresta um ampli, dá uma mão na segurança, Ajuda a carregar ampli de trem e no busão, aí dá pra pensar no caso (e agradecer a ajuda). Mas cade que aparece algum filho da puta? Algumas pessoas se ofereceram em cima da hora (inclusive que já me ajudavam em alguns eventos, mas que por ser um evento organizado em coletivo, não houve necessidade do auxilio), mas o estrago já tava feito e não houve o que fazer, pois quando era pra fazer não tinha um.
E o pior de tudo foi um moleque idiota que de tão idiota deturpou seu próprio conceito do que é Anarquia e repúdio ao capitalismo e quando convidado por mim a entrar, mediante o pagamento da entrada, para assistir ao show da primeira banda que estava tocando para as paredes do bar, me dispara:
- R$ 5,00! Cadê a ideologia! Você é capitalista! Só entro se for de graça! Punk cobrando entrada!
No que eu rebati:
- Se tiver duro faz um rateio, não tem problema. E outra, o evento tem um custo para ser realizado, as bandas tem que tomar uma cerveja, ter uma ajuda de custo. E 10 da manhã eu já estava com equipamento na mao.
O moleque me responde com um “Problema seu!”e ficou acertado entre todos da organização que aquele não entra nem pagando dez vezes mais o valor da entrada. E diante do desaforo preferi virar as costas para não debulhar o prego na porrada. É por isso que algumas pessoas são boicotadas dos eventos – não sabem se comportar, não sabem engolir um não, não sabem conversar. Este tipo de gente costuma arrumar briga e fazer merda. E por causa das merdas que este tipo de gente faz que muita gente deixa de comparecer ao Cesar Bar, que em seus tempos áureos na frente da estação Itaim Paulista, seu endereço anterior, costumava lotar em todo evento. Mas as brigas, confusões e covardias foram se tornando frequentes e as pessoas, assim, se afastando. Parabéns, pregos! Voces estão conseguindo destruir o movimento punk! Já que vocês são tão punks, eu quero um dia sentar numa cadeira, com um chapeuzinho de burro e ter uma aula de anarquismo com vocês – aliás, vocês sabem escrever? Talvez eu esteja errado em querer um movimento punk mais pensante e menos briguento...
Mas, vamos para a parte boa, a motivação para que o evento acontecesse: As bandas!
Abrindo o evento, a Herdeiros do ódio mais uma vez fez uma ótima apresentação, comprovando o acerto da escolha do Guitarrista Gabriel, que se saiu muito bem neste show. As poucas pessoas ainda presentes agitaram bastante e permaneceram do começo ao fim, prestigiando a verdadeira Violencia Sonora que a banda descarrega em ritmo de Caos nos ouvidos dos ouvintes. Azar dos burros que acham que primeira banda é sempre ruim.
Em seguida, foi a vez da banda Raids. É uma banda que merece atenção ao som que faz, músicas próprias ótimas e bem executadas. Como o Punk Rock é muito amplo, algumas bandas se sobressaem e outras são meio que ofuscadas. Mas quem puder que procure conhecer o som da Raids, vale muito a pena! Um Punk/Hc com boas letras, empolgante e bem tocado, principalmente nas canções mais Punk rock, com nítida influencia do 77. E vários covers no repertório. Mas isto não tira o brilho das apresentações da banda, que tocou para um pouco mais de gente que o herdeiros, mas o povo ainda preferia ficar lá fora bebendo pinga com refrigerante e reclamar do valor da entrada.
Terceira banda da noite, Resto de Lixo, sempre leva um público fiel á suas apresentações. E estão cada vez melhores em suas apresentações, apesar de ser de lei um dos integrantes tocar bêbado. O bebum da vez foi o baixista Raphael, que, apesar da embriaguez não fez feio, enquanto acompanhava a banda em seu hardcore visceral e com cara própria, com os vocais semi guturais e únicos do vocalista Japa. O salao a essas horas já estava “Cheio”, com mais gente chegando. Muito bom.
Penúltima banda a se apresentar, o sexteto The Drunk, de mauá, Fez um show que superou todas as adversidades técnicas de aparelhagem. Não foi por questão de terem trazido uma caixa a mais para a guitarra, mas porque a banda é muito, muito boa mesmo! É um punk rock com dois vocais, pandeirinho acompanhando o ritmo, pegada forte, extremamente pogante. Brilharam no palco, viadamente dizendo. Pena que não tinha tanta gente vendo. Ás vezes, nome não é tudo numa banda, viu Punkaiada? Prestigiem todas as bandas de uma GIG!
Última banda oficial do flyer e da noite, Chegou a vez de deserdados. A portaria já liberada possibilitou que o salao ficasse realmente cheio, dos punks que juravam que não tinham dinheiro e dos moradores do entorno, que junto com os punks, se renderam ao pogo contagiante que é consequência da energia do som deste trio clássico do Punk rock, que apesar de ser uma banda “De nome”, é verdadeiramente Punk e não se faz de melhor que as outras, como muitas fazem por aí. Mesmo com a aparelhagem relativamente fraca, e com apenas dois litrões de cerveja como agrado (foi o que deu com a merreca que deu na portaria), eles deram o melhor de si e fizeram um show que o próprio baixista Celo classificou como Foda. Se ele mesmo disse, quem sou eu pra discordar? Parabens á banda pela postura, humildade e pelo som.
Em seguida, quando já estávamos desmontando as paradas, nossos amigos colombianos Ivan e “La rata”(KRH e Bob Rozz, da colombia), tomaram uma guitarra e peças de bateria emprestados do deserdados e fizeram um show improvisado da igualmente improvisada banda Infeccion necrotizante, com um D-beat crust. Mas aí já não tinha quase ninguém. E já eram 23:30 da noite, e o Cesar, dono do bar, pediu que se encerrasse o evento, portanto, não durou muito.
Saldo Final: Nenhuma briga ou confusão – Mas vários princípios de briga e confusão na roda, devidamente prevenidos, a maioria da vezes causados por gente que achava que estava no show do Biohazard pra entrar que nem cavalo na roda ao invés de pogar na boa. O que entrou na portaria serviu única e exclusivamente para pagar a cervejinha de lei das bandas – E tubaínas pro THE DRUNK, vê se pode hahaha- Todo mundo feliz, alegre contente e satisfeito. Tirando o stress com a molecada que se acha mas não se encontra e nem se coloca no seu lugar de eterno aprendiz, como todos nós somos, o evento foi perfeito. Só teve pouca gente, em comparação com o Pré-manifest anterior. Mas foi bacana saber que se não teve muita gente é porque tinham 4 gigs rolando ao mesmo tempo na região metropolitana. Isso mostra que o PUNK é FORTE e está cada vez maior. Vamos que vamos! ÊRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
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