segunda-feira, 20 de junho de 2011

Rock de Pobre, Galpão Estudio, Ferraz de Vasconcelos - 19/06/2011


Flyer do evento! se eu achar que devo, coloco as fotos depois...


E lá vou eu naquele tipo de resenha de “Olha o que eu fiz pela cena, pessoal”. Mais um evento organizado por mim totalmente sozinho (aqui no Itaim temos vários candidatos a punk no alto dos seus 15 anos que me serão muito úteis neste sentido – Começarão no punk do jeito certo), onde eu respondo pelos horários das bandas, pelos defeitos de guitarras alheias, pelos cabos para emprestar que eu não tenho, pelo microfone que não funciona que não é meu, pelas brigas que ocorrem que eu não tenho nada haver – mas se dá merda a culpa é minha – e ultimamente cuidando da porta e botando ordem na bagassa. Sim, o Feio bonzinho que todo mundo conhece e gosta nesta gig deu lugar á um cara chato, sisudo e rígido. Muita gente torceu o nariz. Mas deu resultado. O evento foi maravilhoso!

Por volta das 13 hs saio de casa aqui no Itaim e como parte do programa de tentativa de emagrecimento patrocinado pelas empresas de ônibus, que metem a tarifa nas alturas deixando o acesso ao transporte cada vez mais distante de nossa realidade, saio rumo ao centro de Ferraz de Vasconcelos a pé, Haja vista que moro na divisa de São Paulo (moro exatamente no mais remoto e encravado pelo do cú desta cidade imensa) com Ferraz, então foram 45 minutos de sobe e desce nos morros em forma de avenida até chegar ao destino final: O Galpão Studio ou Studio Galpão (não sei a ordem, então chamarei de Galpão apenas). Com um pouco de suor no rosto, começo a já ajeitar os últimos detalhes para o bom andamento do evento, que não me deu muito trabalho na parte braçal de carregar equipamentos, pois ali pago aluguel e em troca tenho o segundo espaço mais bacana da ZL (só perde pro Cesar Bar) amparado por uma aparelhagem completa. O esforço foi psicológico e por várias razões – Daí a minha cara de mau com muita maldade de fato dentro de mim naquela tarde ensolarada de domingo.

O tempo passava e nada das bandas chegarem... Todas bandas foram avisadas de seus horários por mensagens, e-mails e scraps e estavam cientes da colaboração de cada uma para o bom andamento do evento. Massss... tem aquela coisa de não querer chegar cedo pois ninguém quer ser primeira banda. Com exceção do povo que veio de longe (Talvez culpa do trem? ou dos atrasildos da turma? hahaha), demais bandas da região também fizeram o favor de atrasar (será culpa do trem também?), fazendo o evento começar pouco depois das 17 horas. Não muito atrás, o público também esperou o sol baixar ou os jogos do Brasileirão acabarem para comparecer ao evento. E eu doido da vida, até que os garotos da Primeira banda, Cocô di pombo, surgiam no horizonte e prontamente foram alocados ao palco para a passagem de som, pouco antes das 17 horas. Passaram o som e foram avisados do horário de inicio de seu repertório, ás 17:15, começando a tocar com 10 minutos de atraso e com mais 5 bandas na frente, com gente vindo de longe querendo tocar e sair fora.

Além disso, o público, acostumado a pagar entrada (ou não) e não assistir aos shows, teve uma surpresa na nova regra da casa: Entrou, Não sai mais. Se quisesse Fumar, tinha um cercadinho ali na frente. Se quisesse beber, que bebesse dentro do som. Mas tem aquela cultura do bar do lado (que, lembrando, NUNCA vai abrir espaço pra uma gig) ser mais prestigiado que o pico que a gig está rolando, ou do mercado próximo que disponibiliza em garrafas o que é “caro” para os avacalhadores de plantão. Goró de mercado, até eu tomo. Mas querer entrar com goró de fora no som já é abuso demais! Quando nego avançava com garrafas pra dentro do Galpão, eu e o Waldemar, el patrón del galpón, prontamente retirávamos o litro de suas mãos. Quer beber: beba do lado de fora e depois entre. Mas tinha gente que foi além: comprou até mais do que conseguiria beber e quando viu que era hora de entrar no show não tinha como por causa dos gorós. O jeito foi deixar sob nossa custódia até a hora que se fosse embora. Sim, estávamos muito chatos! E o pessoal reclamou muito, fechou muito a cara, me chamou de “desumilde”. Mas, porra, façamos uma comparação para ver que o próprio Suburbano não dá valor ao subúbrbio:

Hangar 110: Cerveja a 5 reais a lata; No mínimo 15 reais pra entrar; entrou, não sai mais, só pra fumar no cercadinho reservado aos fumantes. Alguém reclama? não! Alguém questiona? Não! Alguém critica? não! Por que? Porque é o hangar!

Galpão, Cesar Bar ou qualquer bar do subúrbio: Cerveja 2,50 (skol 250 ml long neck - Galpão) – No cesar bar o Litrão da Brahma tá 6 reais e o da nova schin tá 4,50); Entrou, não sai mais a partir de agora. Alguém reclama? Sim! Algiém questiona? sim! Alguém Critica? Sim! Por que? porque é na quebrada... tem que ser barato, tem que ser bagunçado, não pode ter regra. É punk né? Tem que ser malfeito, tem que ser uma merda, todo mundo tem que avacalhar geral e arrumar briga e não prestigiar o local que rola o som – meu deus, estou ferindo a liberdade! E agora, o que vou fazer com as críticas dos que não tem nada na cabeça, apenas álcool?. Se fosse que nem o hangar todo mundo ficava de boa. Todo mundo bate no peito que é punk do subúrbio, mas no final ninguém dá o mínimo valor para os picos do suburbio. E saem reclamando depois que não tem nada nos botecos das redondezas. E como se quem cobra bilheteria não tivesse custos de produzir um evento, dar uma cerveja pras bandas, pagar aluguel do local. Vai lá no mercado que o goró é mais barato e pede pra organizar um som...

Agora que desabafei, vamos para as bandas, que apesar dos atrasos, fizeram este evento ser brilhante com ajuda do publico que apesar de boa parte insistir que o bar que o evento rola tem que engolir goró que naõ é dali, colaborou para que rolasse tudo na paz. A banda de abertura, como citada, foi a Cocô di Pombo, de Poá/Itaquá. E estes meninos estão cada vez melhores em suas apresentações ao vivo, com mais músicas próprias, tocando menos covers e letras mais elaboradas e inteligentes. Só eles continuarem assim e começarem a fazer investimento e correria bruta que eles podem se consolidar de vez na cena como mais uma grande banda representativa da zona leste! Apesar de que, não tinha muita gente assistindo ao show dos meninos, como ocorre com qualquer banda que toca primeiro nesta região metropolitana em que ninguém valoriza nada e não dá apoio pras bandas que não tem “nome”.

Segunda banda a tocar, a ódio social fez um ótimo show (coisa de banda ótima), apesar de alguns problemas com a aparelhagem que os fizeram parar algumas vezes, mas quando tava tudo OK ninguém segurou a energia desta banda que empolgou os ainda poucos amantes de barulho presentes no Galpão.

Em seguida, veio a banda caçula da noite, casual murder, com poucos meses de atividade. Formada Por Thiaguinho (voz) e Guilherme(baixo),ex-integrantes do Drullis; D-spair , mais o Raul da Kob 82(guitarra - e também agora do street rockers ) e Alexandre na Bateria, eles fazem um som bagaceira como era de se imaginar, haja vista as influencias Bagaceirísticas dos integrantes. Pra uma banda novíssima estão indo muito bem, com musicas bem executadas e bastante som próprio. Como estava na porta pouco pude ver do show, mas ouvi tudo, enquanto o povo adentrava em maior numero ao recinto (terminando de enxugar seus gorós de fora)

Quarta banda da noite, O Lokaut, Dispensa apresentações... Sabe-se que o salão ficou “cheio” (a hora em que mais pessoas ficaram dentro do local) e todo mundo pogando e cantando junto as músicas da banda que prepara um CD. Um contratempo fez o show parar um pouco (uma caixa de guitarra que pifou), mas depois voltou e prosseguiu o estrago que eles iniciaram com a plateia enlouquecida que não parava de pogar. E, como já virou costume da parte deles, encerraram com “Leva pra 40” chamando eu mais uma vez pra fazer a participação nessa musica que fez a punkaiada competir quem pulava mais alto.

Penultima banda a se apresentar, a Jhaspion fez um show atípico. Afinal o baterista Wagner não compareceu e tiveram que se virar colocando o Baixista André na Bateria. Mas como o cara toca muito bem, não fizeram feio! Tocaram um repertório quase completo, que, mesmo sem baixo, empolgou a galera presente. Uma prova que conhecendo bem as musicas e sabendo improvisar, as dificuldades são contornadas com maestria e se transformam em motivações para que se melhore cada vez mais a performance da banda.

E, encerrando a noite... Pé Sujus! Quase 9 da noite, mas o povo não arredava o pé dali. Só os que não aguentaram a saudade dos seus gorós confiscados e decidiram deixar as bandas de lado para ir pro olho da rua abraçarem suas garrafas lindas e gostosas. Fizemos um show bem empolgado, para uma plateia que realmente estava ali para curtir e prestigiar o evento, que pogou do começo ao fim. Tocamos pela primeira vez “Área de risco”, que apesar de presente em nosso CD mais recente, nunca tinha sido executada ao vivo, assim como encerramos o som com um cover improvisado e desastroso de adicts. Mas quem liga?O evento estava encerrado e tava todo mundo bêbado mesmo...

Saldo Final: nenhuma briga, todo mundo curtindo na paz, Punks e Skins antifascistas convivendo pacificamente, mostrando que sectarismo é coisa de quem não respeita nem ao próprio grupinho fechado. Não tomei prejuízo, consegui trincar com o aluguel tranquilamente e dar uma multa ainda no Galpão em algumas cervejas gentilmente conseguidas através de coação do bem hahaha. O único porém é que eu tomei um fora de uma garota. Mas fazer o que, a culpa é minha... Quem mandou eu ser feio e quase gordo?

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