DZK!
Aversão!
Amnésia Coletiva!
Salve, Salve cambada de malacabados! O ano acabou mas eu continuo insistindo nas resenhas atrasadas desse blog maldito! Mas conforme havia dito na postagem anterior, Alguns eventos realmente mereciam uma resenha completa e detalhada, simplesmente porque cada um deles foi um rolê foda e inesquecível em especial. E nada melhor do que este evento que vou falar agora para descrever uma verdadeira epopéia de um processo de oraganização de um evento no suburbio...
Lá pro mês de agosto mais ou menos, começaram os telefonemas vindos de Brasília direcionados ao meu amigo Douglas (Batera do Invasores de Cérebros):
- estamos na pilha de tocar aí bicho, arruma um som pra nóis ae... - Diziam os caras de Brasília.
Então, pensou gig pensou... Feio! Começaram então os corres para trazer os camaradas do Distrito Federal e Goiás para mandar um som pros vagabundos daqui: Encontros na banca de jornal do Douglas, Em bares do centro, vários telefonemas... Fazer onde esse som, porra? Pensamos no recém inaugurado na época Covil III meia 0 (Pirituba - Z/O)... Não deu certo. Pensamos então no Clube da Cidade (Barra Funda - Z/O), onde faríamos um puta fest com uma pá de banda pra encher o local que tem capacidade para 2.000 pessoas... e uns contatos bons para fazer o som lá... Massss... Enquanto sonhávamos o tempo passava. E agora? Onde fazer essa porra?
Eis que de repente um local bem próximo de mim e que já se tornou o maior templo Punk de SP (hangar que naaada!) estava de portas abertas e sem custo nenhum para nós, apenas o cansaço da correria das aparelhagens: Cesar Bar, no itaim paulista! Falei com o Cesar e é lógico que a ideia foi bem aceita... tem espaço legal, ambiente bacana e bem punk... só faltava os equipos. Alugar alguma coisa ou pagar transporte era certeza... além de alguns custos como um agradinho pros caras: Vão encarar 16 horas de van pra chegar aqui e não vão tomar umas brejas, comer uma comida realmente sólida? Nananinanão, Vamos meter um preço na entrada um pouco mais alto que o habitual porque ninguem merece organizar som e tomar prejuízo tirando o dinheiro que nem tem do proprio bolso pro baguio rolar e muito menos ninguem merece vir de tão longe pra ficar jogado apenas com a missão de tocar a seco e com a barriga vazia. Punk não é sinônimo de masoquismo, ao menos mínimas condições de recepção devemos proporcionar aos nossos amigos do cerrado.
Começou a divulgação e aproveitando o embalo do dia das crianças (uma data comercial sim, já ouvi todo tipo de antagonismo e blá blá blá possível - Mas as crianças não querem saber, pois frente a toda agitação da data na televisão e ao próprio valor sentimental agregado á esta data não é justo recusar um pedido de uma criança por causa de uma convicção política. A mesma coisa acontece no dia de hoje, o natal - Adulto nem se importa tanto, mas natal pra criança é Sagrado, e nessas horas não vale a pena ver uma criança carente chorando porque não ganhou um brinquedo porque o livro de num sei quem condena o capitalismo...), aproveitei o evento para arrecadar brinquedos que a princípio seriam doados á casa Naim, que fica na região de Taipas e é tocada pela instituição RELIGIOSA CATÓLICA Aliança de Misericórdia, que faz um trampo muito legal com moradores de rua e crianças carentes em várias partes da cidade - Desde fornecimento de refeições e banho a moradores de rua, até mesmo creches comunitárias em regiões carentes - caso da casa naim. E antes de criticar-me por escolher esta instituição para ajudar, com todo seu anti-cristismo, vai fazer alguma coisa por quem precisa, pois enquanto voce fala merda eles estão fazendo. Mas, como a adesão do pessoal foi baixa (cerca de 100 pessoas presentes no evento e 15 brinquedos arrecadados), não iria suprir a demanda de crianças da casa Naim e certamente somente algumas crianças seriam beneficiadas. Então, os Brinquedos foram direcionados ao nosso Amigo Lecão, da banda Amnésia Coletiva, de Jacareí (Vale do paraíba/SP), que tambem tocou no evento. Lecão todo ano faz durante o ano inteiro sons e encontros para arrecadar brinquedos para doar na época do natal ás crianças carentes de jacareí, e não é coisa de 20 ou 30 brinquedos não, mas ele consegue arrecadar cerca de 800 brinquedos ao longo do ano, coisa que não vejo em São Paulo faz tempo por parte dos punks desta Cidade. A maioria dos brinquedos ele consegue lá mesmo, porque lá a farinha é menos importante pros punks e uma ação de ajudar a quem precisa é valorizada ao máximo - Eita porra, tô com tudo hoje!
Chegou o dia!!! Acordando cedo podrão do rolê do dia anterior (garotos do suburbio e lixomania no hangar), lá vai eu encontrar o Douglas em... Cidade Tiradentes! É ZL que nem aqui no itaim, mas é loooonge viu? e 9 horas da manhã já estava lá, o encontro e vamos em direção á residência do cara que sinceramente salvou o evento: Vela, do Colisão Social. Emprestou a aparelhagem e ainda teve o saco de ficar lá na mesa de som atras do palco o tempo todo regulando tudo certinho pro som sair legal e ainda foi comigo na casa do Wagner do Jhaspion pra pegar os pedestais da bateria. E ele não é muleque não... pega esses punkinhos de 17 anos na flor da saúde pra te ajudar... vão nada! ele com seus 30 e poucos anos foi lá sem frescura e botou a mão na massa! Deixo registrado meus sinceros agradecimentos a esse cara que é PUNK mesmo! Chegamos então no bar por volta de umas 10 e meia da manhã com a kombi alugada para o transporte dos equipos (nada baratinho) e a galera de brasília chegou simultaneamente... começamos a arrumar as coisas enquanto a galera de Brasília relaxava tomando umas geladas na calçada do bar... Fomos ainda a um mercado próximo comprar uns macarrões, molho e mistura pra preparar o almoço pra galera que veio de Brasília. Alguns deles não aguentaram esperar e almoçaram num restaurante ao lado do bar. Mas alguns esperavam pelo rango e quando o mesmo saiu, foi bem aproveitado... Tiveram a oportunidade de provar do Delicioso macarrão da Cleide, esposa do dono do bar - O melhor macarrão de São paulo hahahah.
Chegava então a galera, as bandas, o pessoal da segurança (Cilene e sabugo) e começa então a barulheira por volta das 3 da tarde... Vamos resenhar as bandas agora, como de costume:
Cegos pelo Ódio: Foi a segunda apresentação da Banda, com uma formação diferente da primeira
mas com mais músicas próprias e um som mais bagaceira. O montanha foi pra batera e agora a destruição está garantida, o muleke que toca com raiva do instrumento viu rsrsrs... e como não poderia deixar de ser, varios covers do olho seco. Ainda não tinha muita gente mas as pessoas presentes agitaram bastante.
Faces do Caos: Diretamente do Distrito Federal, a banda apresentou um punk rock seco e direto, empolgando a galera presente e mostrando o porque de serem uma das maiores bandas da cena punk do DF, com mais de 10 anos de estrada, organizando gigs e fazendo o punk acontecer... Trouxeram até o bandeirão da banda, ocupando uma parede inteira do bar. E acima de tudo, já está no coração da galera daqui: pegaram varios contatos e até algumas camisetas da banda foram circulando entre a galera. Só ficaram devendo a minha hehehe.
Aversão: Outra banda do Distrito Federal, do grande parceiro Flávio, que chegou aqui um dia antes para curtir o Rolê do hangar 110 e outras andanças pela maldita cidade. Apresentou um Punk rock contagiante que empolgou a galera, apesar de algumas pessoas presentes ficarem meio assim de agitar, "porque era som que não conheciam"... Mas foda-se. mandaram muito bem.
Amnésia Coletiva: Diretamente de jacareí (minha segunda casa), a banda organizou van e trouxe uma galera de São josé dos campos e caçapava para curtir o rolê também. mais uma vez fizeram um show destruidor, mas aqui a galera não conhece muito o som e acabou ficando meio amuada. Mas mesmo assim o pogo comeu solto por parte da galera que veio junto deles e alguns punks daqui. Esta banda faz o punk acontecer no Vale do paraíba e merece todo o respeito. Não é a toa que iremos lançar um split da Pé sujus com eles daqui a uns meses.
Rebeldia: Do Jardim Ingá (Goiás) para o Itaim Paulista. Essa banda me surpreendeu pela qualidade do seu punk rock muito bem tocado que despertou uma grande roda de pogo e quem não pogou só ficava comentando "Orra que banda foda". Sem mais. Num preciso falar mais nada.
Suicídio Coletivo: Também do ingá, veio para cá para despejar um hardcore potente na galera, que aprovou o som dos caras. O vocalista tem uma grande presença e uma voz marcante, que dá o tom e o diferencial no som da banda. pena que eu moro tãão longe... queria ver essas bandas mais vezes.
DZK: A lenda viva do punk nacional volta com tudo ao cesar bar e não é preciso falar muita coisa sobre o show né: Quem tá fora quer entrar e quem tá dentro não sai. Clássicos da banda cantados em uníssono, microfone disputado, aglomeração na "pista" de pogo, calor infernal, povo suado e braços levantados acada refrão. Mais um show foda desta banda que tenho orgulho, pois apesar de ter quase 30 anos de existencia continua pelos suburbios sem frescura ou estrelismo nenhum.
Pé Sujus: Mais uma vez o chu atrasou um pouquinho e o Pé Sujus começou um pouco mais tarde do que deveria começar. E um fato do lado de fora chamou atenção de parte do Público, que adora ver uma desgraça acontecendo. Um amigo meu que atravessava a rua foi atropelado por um... Retrovisor de uma lotação - Ali é rua de estação de trem e ponto final de Lotação. Mas de resto, a galera que insistiu em ficar na Gig - um numero legal de pessoas, vespera de feriado né - agitou o nosso som sem parar, cantou junto... enfim, mais um show bom. Como integrante da banda digo que não foi um show dos melhores. Mas foi um show bom e agradável.
Saldo Final: Mais um som de casa cheia, Nenhuma treta, Um atropelado pelo retrovisor de lotação (ele passa bem e ta na ativa de novo), 15 brinquedos arrecadados, e um prejuizo de 50 reais do meu bolso e do bolso do Douglas (afinal de contas, boa parte das pessoas jura que não tem dinheiro pra entrar no som apesar de tomar altas cervejas no bar do lado... falta de respeito da porra - apesar disso, ninguem fica de fora do som). Enfim , mais uma missão cumprida e resolvida por mim e pelo Douglas... Que ficamos até uma da manhã no bar agravando nosso prejuízo com cervejas e dormindo na rua por falta de condução no horario de fechamento do bar. Mais um evento bom para minhas eternas lembranças das correrias pelo punk que fiz em minha vida!
"...porque lá a farinha é menos importante pros punks e uma ação de ajudar a quem precisa é valorizada ao máximo..."
ResponderExcluirPois é, na Grande São Paulo enquanto nego fica sustentando os parasitas das biqueiras, em outras localidades tem gente correndo pelo que é certo e fazendo acontecer.
Toda a sorte do mundo pra eles e que continuem mantendo vivo o ideal/atitude Punk. E pros nóias, vejo vocês nos seus respectivos velórios.
Eai Fernando, sou o baixista do Rebeldia, po hj que eu vi esse post depois de quase 3 anos, po foi du karalho esse show, ai vai um link do rebeldia no myspace, http://www.myspace.com/rebeldia_pr , valeu!!
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